050518-N-1485H-006O Ministério da Saúde de Gana confirmou hoje (7) que o país registrou um caso suspeito de ebola. Atualmente, três países da África Ocidental enfrentam surto da doença – Guiné, Serra Leoa e Libéria. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha a situação.

O governo ganês informou que, ante a suspeita, tomou medidas que incluem o reforço das equipes de saúde pública e a adoção de quarentena para o paciente e para os profissionais de saúde envolvidos no tratamento.

“Esperamos que o público em geral mantenha a calma enquanto aguardamos o resultado da amostra de sangue enviada para teste. Gostaríamos de assegurar que a situação está sob controle”, informou o ministério, por meio de nota.

No Brasil, o Ministério da Saúde informou na semana passada que acompanha, por meio de dados repassados pela OMS, o surto de ebola registrado na África Ocidental. Segundo o ministério, não há casos da doença confirmados no país.

Epidemia

A organização não governamental Médicos sem Fronteiras (MSF) alertou hoje (23) que a epidemia de ebola na República da Guiné, em Serra Leoa e na Libéria está “fora de controle”, pelo que é necessário uma mobilização maciça de recursos.

Em comunicado, a MSF recorda que foram identificados doentes em mais de 60 locais dos três países da África Ocidental infectados, o que torna muito difícil localizar e tratar essas vítimas para deter o surto.

“A epidemia está fora de controle. Com o aparecimento de novos focos na Guiné, Serra Leoa e na Libéria existe um risco real de o surto se expandir para outras áreas”, afirmou o médico Bart Janssens, da MSF.

A ONG indica que atualmente é a única organização que está tratando os doentes de um vírus “que pode matar até 90% dos infectados”. Até agora, a organização tratou 470 doentes, 215 dos quais eram casos confirmados de ebola, mas está “tendo problemas para responder a um número crescente de casos”, disse o médico. “Alcançamos o nosso limite. Apesar dos recursos humanos e do equipamento enviados pela MSF para os três países, não podemos enviar as nossas equipes para novos lugares”, alertou Janssens.

No comunicado, destaca-se ainda que o atual foco de ebola não tem precedentes no que diz respeito à distribuição regional, ao número de pessoas infectadas e ao número de mortes. Os dados anunciados hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), informam que o número de óbitos por causa da epidemia na África Ocidental subiu para 350, dos 528 casos confirmados.

“A OMS, os países afetados e os países vizinhos devem disponibilizar os recursos necessários, em particular pessoal médico, e fazer campanhas de sensibilização. O ebola já não é uma questão de saúde pública limitada à República da Guiné, mas que afeta toda a região”, indicou a organização.

Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma a existência de uma epidemia de ebola na África Ocidental (até agora a principal incidência era na África Central), tendo, nos últimos dias, sido diagnosticados dezenas de novos casos na República da Guiné, em Serra Leoa e na Libéria, os três países onde, por enquanto, foram detectadas infecções.

A OMS agendou para o início de julho um encontro de alto nível para debater sobre a epidemia e sobre medidas urgentes que devem ser adotadas para controlar o avanço da doença. A reunião acontecerá em Acra, capital de Gana, e serão convidados todos os ministros da Saúde da região.

Apesar da situação, por agora, a OMS não recomenda qualquer restrição em viagens ou comércio na região. (Agência Brasil)