As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), instaladas no Rio de Janeiro desde 2008, revelaram-se um grande fracasso. A UPP é uma forma de “pacificação” pela violência. Durante décadas a população da favela foi abandonada pelo Estado.

Agora, o Estado tenta entrar nesse território abandonado e ocupado pelo tráfico com a força policial. Isso se chama UPP, que nada mais é do que uma operação de guerra para ocupar espaços territoriais.  Nesta noite, basta ligar a TV para ouvir sobre a guerra do Rio, tiroteio, mortes etc.

Pezão e Sérgio Cabral
Cabral e Pezão do PMDB vão continuar com as UPPs

Desde 2008, o investimento é fabuloso com resultado zero ou negativo. Estima-se que com todas as UPPs funcionando, o governo do Rio de Janeiro vá gastar R$ 720 milhões por ano. E qual o resultado prático disso?

O próprio instituto do governo carioca revela: um aumento da violência e da criminalidade.

O número de homicídios decorrentes de intervenção policial, antes chamados de auto de resistência, aumentou de 38, em março de 2013, para 47, em igual mês de 2014. Os dados foram divulgados na sexta-feira(2) pelo Instituto de Segurança Pública.

Em relação a homicídios dolosos, houve aumento de 23,6%: foram 411 em março de 2013 e 508 em igual período deste ano. Nos casos de latrocínio (roubo seguido de morte), o total caiu de 11 para nove, quase o mesmo. Já o número de ocorrências de lesão corporal seguida de morte aumentou de um para cinco.

Em todo o estado carioca também houve aumento na quantidade de crimes. Os roubos aumentaram 53% em coletivos e 52,7% em estabelecimentos comerciais. A quantidade de assaltos a pedestres subiu 43,4%. A quantidade de carros roubados também aumentou, passou de 3.418 para 4.671, aumento de 36,6%. 

Há alguns dados positivos também, mas podem ser considerados circunstanciais. No resumo da ópera, as UPPs vão consumir R$ 720 milhões com resultado zero.

É inexplicável como não há uma discussão séria nesse país sobre a descriminalização total das drogas e também sobre o combate efetivo à desigualdade social. Imagine R$ 720 milhões por ano investidos em uma única comunidade em educação, saúde, cultura, lazer e combate às drogas por meio de profissionais de saúde e educadores.