Sem a guerra estabelecida no combate ao tráfico de drogas no Brasil, exposta de forma dramática no Rio de Janeiro com a morte de inocentes quase que diariamente, o Brasil conseguiu reduzir o vício do cigarro. Sem acionar a polícia, o caveirão ou o Bope, o Ministério da Saúde divulgou hoje (30) pesquisa que indica redução no número de fumantes nos últimos oito anos.

fumante
Brasil reduz consumo com educação e restrição de publicidade

Os dados do estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que a parcela de brasileiros com mais de 18 anos que fumam caiu de 15,7% em 2006 para 11,3% em 2013.

A frequência maior de fumantes, de acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, permanece entre os homens – 14,4% contra 8,6% entre as mulheres.

Outro avanço trata da queda na frequência das pessoas que fumam 20 ou mais cigarros: passando de 4,6% em 2006 para 3,4% no ano passado. Em contraponto, o consumo de drogas criminalizadas como maconha, crack e cocaína, que necessitam da polícia para o combater, aumenta anualmente.

O estudo também revela redução na frequência de fumantes passivos em domicílio. O índice passou de 12,7% em 2009 para 10,2% em 2013. Já no local de trabalho, a proporção de fumantes passivos variou de 12,1% a 9,8% no mesmo período.

O Ministério da Saúde assinou, em abril do ano passado, uma portaria que amplia o acesso ao tratamento contra o tabagismo e atualiza as diretrizes de cuidado à pessoas que fuma. A medida, de acordo com a pasta, permite ampliar o número de unidades e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem o tratamento.

Atualmente, 23.387 equipes da saúde em 4.375 municípios estão preparadas para ofertar o serviço na atenção básica. São oferecidas consultas de avaliação individual ou em grupo de apoio, além de medicamentos em forma de adesivos e gomas de mascar com nicotina.

A pesquisa Vigitel ouviu cerca de 23 mil brasileiros maiores de 18 anos que vivem nas 26 capitais do país e no Distrito Federal. (Agência Brasil/Carta Campinas)