Hoje o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve no Rio de Janeiro para acertar com o governador carioca, Sérgio Cabral (PMDB), o uso das Forças Armadas para combater a violência que está fora de controle do governo estadual.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça

Ao mesmo tempo, dados do Ministério da Justiça (MJ) mostram o ritmo crescente da população carcerária no Brasil. Entre janeiro de 1992 e junho de 2013, enquanto a população cresceu 36%, o número de pessoas presas aumentou 403,5%.

Mesmo com as polícias prendendo dez vezes mais do que o crescimento da população, o Rio de Janeiro precisa da ajuda do Exército para combater a violência. Esse paradoxo parece tornar evidente que o modelo econômico e social está em plena deterioração e mostra a incapacidade da democracia representativa brasileira de resolver os problemas sociais.

De acordo com o Centro Internacional de Estudos Penitenciários, ligado à Universidade de Essex, no Reino Unido, a média mundial de encarceramento é de 144 presos para cada 100 mil habitantes. No Brasil, o número de presos sobe para 300.

O diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do MJ, Augusto Eduardo Rossini, explicou que o aumento de esforços de segurança pública é um dos fatores determinantes para a grande quantidade de presos no Brasil. “Houve um esforço grande no sentido do aparelhamento das polícias, para elas terem mais eficácia, não só eficiência”.

Atualmente, são aproximadamente 574 mil pessoas presas no Brasil. É a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (2,2 milhões), da China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil). “Estamos inseridos em uma sociedade que, lamentavelmente, tem aquela sensação de que a segurança pública depende do encarceramento. Se nós encarcerarmos mais pessoas, nós vamos conseguir a paz no país. Se isso fosse verdade, já teríamos conquistado a paz há muito tempo”, criticou Douglas Martins, do Conselho Nacional de Justiça.(Carta Campinas/ Agência Brasil)