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300 famílias da Ocupação Joana D`Arc, em Campinas, podem ficar sem moradia

300 famílias correm o risco de ficar sem ter onde morar com a reintegração de posse pedida pela Prefeitura Municipal de Campinas da área conhecida como Ocupação Joana D’Arc, no bairro Cidade Jardim, em Campinas.  O local, que corresponde a um trajeto abandonado de um trem elétrico que funcionou na cidade por cinco anos, foi ocupado há cerca de um ano pelas famílias. O local, assim como tantos outros onde antes passava alguma linha de trem hoje desativada, se encontrava em completo estado de abandono antes da ocupação, com degradação e acúmulo de lixo.

Ocupação é resultado da falta de políticas habitacionais

Os atuais moradores da região praticamente revitalizaram o local, sem derrubar uma única árvore, como mostra notícia sobre o assunto publicada pela revista Carta Capital. O lugar, antes cheio de lixo, foi cuidado pelos moradores, algo que nunca foi feito pelo poder público. Onde antes passava o trem elétrico, casas improvisadas hoje formam um corredor de quase um quilômetro. Muitos moradores relataram na reportagem da Carta Capital que tiveram um custo para fazer as casas, sendo que algumas têm até antena e caixas d’água.  A segurança também é feita pelos moradores e há até um comércio no local.

Os moradores criaram, dessa forma, uma verdadeira comunidade em um local que durante muito tempo permaneceu invisível ao poder público. Revitalizaram a área e, agora, simplesmente estão ameaçados de ficar sem ter onde morar por um pedido de reintegração de posse previsto para o dia 22 de novembro. O motivo alegado para pedir o terreno de volta é que o governo tem planos para que o novo sistema de ônibus – conhecido como BRT (Bus Rapid Transport) – passe no local, além de alegarem que os moradores fazem uma ocupação “desordenada e caótica” que resulta em degradação ambiental e humana.

O mais incrível, além desses argumentos, é que a prefeitura quer o terreno de volta, mas não deu nenhuma garantia de moradia à população, simplesmente disse que eles devem se inscrever nas filas de programas habitacionais praticamente intermináveis. O descaso da prefeitura em relação às demandas habitacionais da população de baixa renda e a política sistemática de remoções forçadas e violação de direitos foi tema de seminário recente realizado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na Unicamp.

As negociações com a prefeitura estão em curso e os moradores já disseram que se não conseguirem adiar a reintegração ou a garantia de um lugar para onde ir, vão resistir e defender a ocupação Joana D’Arc até o fim. (Da Rede Carta Campinas)

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