O livro de Hatoum já sai direto pela Companhia de Bolso
Cia. de Bolso
184 págs. – R$ 24,50

De camisa listrada e calças jeans, Milton Hatoum mexia nos óculos enquanto falava. Um pouco tímido, um pouco sério, o escritor, dono de uma voz mansa e serena, recebeu a reportagem do site da CULT em sua casa para uma conversa sobre o novo livro Um solitário à espreita. O livro sai direto pela Companhia de Bolso.

A obra, que será lançada na 11ª edição Flip – onde Hatoum discorrerá sobre Graciliano Ramos na cerimônia de abertura –,é uma compilação das crônicas do escritor amazonense publicadas em jornais e revistas nos últimos dez anos.

Divididas em quatro módulos, as crônicas tratam da memória, da realidade, da linguagem e dos afetos de maneira melancólica e, de certa forma, pessimista. Hatoum também dedica muitas páginas para falar de política.

Leia também na edição de julho da Revista CULT o depoimento do escritor na seção “Meu filme de formação”, na qual ele aborda as adaptações cinematográficas da obra de Graciliano Ramos.

CULT – O episódio narrado na crônica “Um solitário à espreita” – que dá nome ao livro – de fato aconteceu?

Milton Hatoum – É um pouco verdade. Mas só um pouco. Porque a verdade da literatura está no texto. Você acreditou?

Acreditei.

Então é isso. Em qualquer texto ficcional a verdade é aquilo que poderia ter acontecido e não exatamente o que foi. Ando muito por São Paulo e por onde vou eu observo muito. Vamos dizer que essa crônica reflete um pouco dessas observações. Os diálogos são consequência de coisas que ouvi aqui e ali e que juntei e dei uma forma pessoal e literária. A crônica não é estritamente verdadeira no sentido de que não aconteceu exatamente assim. Aconteceu assim na minha cabeça. Mas fiquei contente que você tenha caído na minha armadilha. (Leia mais)

Da revista Cult, por Mariana Marinho