Nos próximos dias 15 e 16 de setembro, a São Paulo Companhia de Dança cumpre temporada de apresentações no Teatro Alfa. Dirigida por Inês Bogéa, a Cia traz coreografias de três grandes nomes da dança contemporânea: Henrique Rodovalho, Jirí Kylián e Joelle Bouvier.

Melhor único Dia, de Rodovalho, apresenta um grupo de pessoas que cruzam a cena criando ondas de movimentos. 14`20, de Kylián é um duo que traz imagens fortes de um relacionamento humano entre duas pessoas que se encontram, se procuram e se perdem. Odisseia, de Joelle Bouvier foi inspirada nos intensos fluxos de imigrantes da nossa atualidade. Uma obra que apresenta uma narrativa poética, com 14 bailarinos na cena.

Melhor Único Dia (2017)
Coreografia e iluminação: Henrique Rodovalho
Música: Criação original de Pupillo com voz de Céu
Figurino: Cássio Brasil
Estreia mundial pela SPCD: 2018, Sesc Santos, Santos, Brasil

Rodovalho comenta que neste trabalho experimenta movimentos expandidos e continuados a partir da relação dos bailarinos que permanecem todo o tempo em cena. “As referências sobre esta característica vieram de grandes grupos de animais em movimento e como se desenvolvem e se relacionam”, diz o coreógrafo. A obra trata sobre ‘o que tem de acontecer’, neste breve espaço de tempo de existência deste grande grupo, relacionado principalmente a algum tipo de prazer. Por isso, o nome Melhor Único Dia. “Para tentar traduzir, de alguma forma, a curta existência que se expressa por meio do movimento em grupo”, completa Rodovalho.

Rodovalho é diretor artístico e coreógrafo residente da Quasar cia. De Dança, uma das mais importantes do Brasil. Sua linha de pesquisa é baseada na complexidade existencial do corpo e da alma. Ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais como o Prêmio Mambembe e XXI Prêmio da Composição Coreográfica no México. A SPCD tem em seu repertório Inquieto, criado em 2011.

14’20’’ (2002)
Coreografia e produção: Jirí Kylián
Assistente de coreografia: Nina Botkay
Música: Dirk Haubrich (nova composição baseada em dois temas de Gustav Mahler [1860- 1911])
Cenografia: Jirí Kylián
Figurino: Joke Visser
Iluminação: Kees Tjebbes
Supervisão de iluminação e cenário: Loes Schakenbos
Estreia mundial: 2002, em The Hague, Holanda, pelo Nederlands Dans Theater II
Estreia pela SPCD: 2017, em São Paulo, Brasil, no Teatro Sérgio Cardoso
*Recomendado para maiores de 12 anos

14´20’’ é um extrato da obra 27’52´´ – cujo título refere-se à duração do espetáculo – de Jirí Kylián. Ao som da música eletrônica de Dirk Haubrich, entremeada por uma voz feminina em alemão e outra masculina em francês, vemos um duo que traz para cena questões de tempo, amor, vida e morte, temas recorrentes nas obras deste coreógrafo. Esta é a quarta obra de Kylián a compor o repertório da São Paulo Companhia de Dança (Sechs Tanze, Indigo Rose e Petite Mort).

Jirí Kylián é um dos nomes mais importantes da dança mundial, tem como fundamento a técnica clássica revisitada de maneira contemporânea. Foi diretor artístico do Netherlands Dans Theater (NDT), em Haia, Holanda, por mais de 20 anos. Nesse período criou mais de 70 obras. Atualmente tem coreografias encenadas por diversas companhias do mundo. 14’20’’ é a quarta obra de Kylián a compor o repertório da SPCD, que já inclui: Sechs Tanze, Indigo Rose e Petite Mort.

Odisseia – ESTREIA (2018)
Coreografia: Joelle Bouvier
Assistente de coreografia: Emilio Urbina e Rafael Pardillo
Música:  trechos de Bachianas Brasileiras de Villa Lobos, Paixão Segundo São Mateus de Johann Sebastian Bach e Melodia Sentimental – Pátria Minha com poesia de Vinícius de Moraes, cantada por Maria Bethânia.
Figurino: Fábio Namatame
Iluminação: Renaud Lagier

Para Joelle Bouvier, um espetáculo é também um trabalho de comunicação, não somente com os bailarinos, mas também com o público. Assim surge Odisseia, obra criada especialmente para a Companhia, que apresenta uma viagem, um reencontro consigo mesmo. Inspirada pela questão dos imigrantes da atualidade, a coreógrafa procura construir uma estrutura dramática e poética sobre a ideia de mudança, de transição, de partir com a esperança de uma vida melhor. “Neste momento, somos todos sensíveis a esta questão, que é forte no mundo.”, comenta Joelle

Convidada por Inês Bogéa a criar uma obra com música de Heitor Villa Lobos, Bouvier explica que, como o compositor, se inspirou em Bach e procurou misturar fragmentos de sua composição “Paixão Segundo São Mateus” com fragmentos das Bachianas de Villa Lobos. Ao final temos na voz de Maria Bethânia, a Melodia Sentimental – Pátria Minha, com poesia de Vinícius de Moraes.

Fundadora da empresa L’Esquisse em 1980 com a coreógrafa Régis Obadia, com quem fez quinze trabalhos, Joëlle Bouvier, uma das pioneiras da Nouvelle Danse francesa naquela década, segue carreira solo desde 1998. Suas coreografias estão em turnê pelo mundo e seus curtas-metragens são estreados em inúmeros festivais. De 1986 a 1992 foi vice-diretora do Centre Choréographique National de Havre e de 1993 a 2003 vice-diretora do Centre National de Danse Contemporaine em Angers. Em 1992, recebeu o Grande Prêmio da associação francesa de autores e compositores sacd. O Ministério da Cultura da França lhe concedeu em 2000 a “Ordem das Artes e da Literatura”. “Roméo et Juliette” é o primeiro trabalho para o “Ballet du Grand Théâtre de Genève”. Para a coreografia seguinte, “Tristan et Isolde”, recebue o Prêmio da Crítica 2015.

A obra tem co-produção do Teatro de Chaillot na França e fará parte da Turnê Internacional da SPCD em 2019. (Carta Campinas com informações de divulgação)

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA | TEATRO ALFA
MELHOR ÚNICO DIA | 14’20’’ | ODISSEIA – Estreia de JOELLE BOUVIER
Dias 15 e 16 de setembro| sábado às 20h00 e domingo às 18h00

Local: Teatro Alfa
Endereço: R. Bento Branco de Andrade Filho, 722

Duração do espetáculo: 60 min
Indicação Classificativa: Livre, com exceção da obra 14’20’’ recomendada para maiores de 12 anos.
Valor: a partir de R$37,50