Pode ser vista até o dia 21 de setembro no Espaço Cultural Casa do Lago, na Unicamp, a exposição “Exceção”.

Se a democracia se tornou o regime político predominante no planeta a partir dos anos 1990, as formas de repressão se diversificaram, com um número cada vez maior de dispositivos de exceção normativa – da ocupação militar em favelas à censura indireta no campo da arte.

A exposição “Exceção” aborda os mecanismos dos quais o Estado se serve frequentemente para suspender direitos básicos e subjugar indivíduos. A mostra, com curadoria de Gabriel Zacarias, professor de história da arte do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), conta com obras de artistas consagrados de diferentes gerações.

Os trabalhos estão divididos em três núcleos. O primeiro, Exceção militar, remete diretamente à ditadura e exibe obras históricas da resistência política, como o Barril (1968) de Carmela Gross e a serigrafia Guevara vivo ou morto, realizada por Claudio Tozzi em 1967.

O segundo núcleo, Exceção renovada, evoca a escalada repressiva desencadeada pelos protestos de junho de 2013 e põe em cena obras que ironizam a ameaça “black bloc”, como os coquetéis molotov de Dora Longo Bahia (Lúcifer e Satã, de 2013). A artista também assina Arte a serviço do povo, obra que coloca em perspectiva cartazes da Revolução Cultural chinesa e do movimento de Maio de 68 na França com dizeres da Primavera Árabe e dos protestos brasileiros de 2013.

O terceiro núcleo, Exceção estrutural, aborda o estado de exceção cotidiano em que vivem as populações periféricas do Brasil, acuadas entre o crime organizado e o aparato repressor do Estado. Entre outros trabalhos presentes, Por que o senhor atirou em mim?, de Fábio Morais, ecoa a pergunta do jovem Douglas Rodrigues, 17 anos, morto sem razão por um policial militar em São Paulo em 2013. (Do Jornal da Unicamp)

Onde: Casa do Lago, Av. Érico Veríssimo, 1011, no campus da Unicamp
Quando: 6 a 21 de setembro
Horário: de segunda a sexta, das 9h às 21h
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