O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convocou para a próxima sexta-feira (31) uma sessão extraordinária da Corte para analisar os últimos pedidos de registros de candidaturas para a presidência da República nas eleições de outubro.

A motivação da agilidade judicial serve para retirar da disputa, o mais rápido possível, o ex-presidente Lula. Para se ter uma ideia, o prazo oficial é até dia 17 de setembro, mas a convocação antecipada, algo inusitado na justiça brasileira, tenta evitar até que a foto do ex-presidente seja colocada na urna eletrônica.

Em tese, o ex-presidente estaria enquadrado no artigo da Lei da Ficha Limpa que impede a candidatura de condenados por órgãos colegiados. No entanto, o motivo da urgência é que o pedido de registro e a possível inelegibilidade precisam ser analisados pelo TSE.

Principal adversário do PT nestas eleições de 2018, o Poder Judiciário tem acelerado julgamentos do ex-presidente Lula para evitar sua candidatura. Além de retirá-lo da disputa, o Judiciário pode ir além ao proibir e censurar até sua imagem na propaganda eleitoral. Algo nunca visto nem nos regimes mais autoritários. O início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão começa no dia seguinte.

Por volta das 21h, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, assinou a decisão na qual convocou a sessão extraordinária para sexta-feira (31), às 14h30.

Na sessão, pode ser julgado o pedido de registro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a pauta de julgamentos ainda não foi divulgada.

Lula está preso desde 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, em função de sua condenação sem provas na ação penal do caso do triplex em Guarujá (SP). A condenação foi uma das mais rápidas da história do Brasil e sem precedentes. (Carta Campinas e Agência Brasil)