Movimento contra barragens na APA (Área de Proteção Ambiental) de Campinas criou Grupo de Trabalho e marca ato público em Sousas.

O primeiro ato do GT será na Praça Beira-Rio, em Sousas, no próximo sábado, dia 23, das 10h30 às 12h30. A mobilização acontece porque haverá o debate do Plano de Manejo da APA, marcado para as 18h30 do dia 25, no salão social anexo à Subprefeitura de Joaquim Egídio.

Veja as informações do movimento:

“A construção de duas barragens, uma no Rio Jaguari e outra no Rio Atibaia, vai acarretar uma série de impactos ambientais e sociais negativos na APA (Área de Proteção Ambiental) Campinas.

A preocupação com a agressão ao meio ambiente e prejuízos para a população levaram o CONGEAPA, entidades de defesa ambiental e da sociedade civil organizada a formarem um grupo de trabalho (GT Barra Barragem) para alertar a população sobre os riscos que os empreendimentos representam.

O primeiro ato do GT será uma grande mobilização na Praça Beira-Rio, em Sousas, com distribuição de panfletos, instalação de faixas e pronunciamento de ambientalistas. O evento está marcado para o próximo sábado, dia 23, das 10h30 às 12h30. Na oportunidade, os moradores de Sousas e turistas serão convidados a participarem de uma audiência pública sobre o Planejo de Manejo da APA, marcado para o dia 25, em Joaquim Egídio, e a participarem de um abaixo-assinado (físico e virtual) contra a instalação das barragens.

O GT Barra Barragem, tem uma série de alertas em relação às represas a serem construídas na APA. As obras são de responsabilidade do governo do Estado, no Rio Jaguari, e da Prefeitura de Campinas, que terá parceria da iniciativa privada, no Rio Atibaia.

Em primeiro lugar, as entidades sustentam que a construção de barragens para reservar água é uma técnica ultrapassada. Especialistas defendem que a água deve ser “guardada” no subsolo e que as nascentes precisam ser preservadas, correndo-se o risco de não haver, no futuro, água para encher esses barramentos. Os organizadores do evento sustentam essa tese recordando a estiagem de 2014, que praticamente secou o Sistema Cantareira e chegou a reduzir a zero a vazão do Rio Atibaia.

Outra questão, segundo os integrantes do Barra Barragem, é destinação da água da Barragem de Pedreira, como o DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) batizou a represa a ser construída no Rio Jaguari. Eles afirmam que a destinação principal da água é a Replan (Refinaria de Paulínia), ao contrário do que os empreendedores argumentam, de que será destinada ao abastecimento de cidades da região. Prova disso, segundo eles, é que a Prefeitura de Campinas não precisaria construir uma represa no Atibaia, se pudesse contar com a água a ser reservada no Jaguari.

A construção das represas vai exigir a supressão de uma grande quantidade de vegetação, incluindo matas nativas, com ameaças à fauna, que inclui espécies em extinção. Existe ainda um dano irreparável ao patrimônio histórico, com a inundação de fazendas centenárias, além do desalojamento de várias famílias, em Sousas e Pedreira, que ainda não foram indenizadas.

O ato marcado para a Praça Beira-Rio visa a suprir, segundo os organizadores, a falta de transparência dos órgãos envolvidos em relação à construção dos barramentos. A Prefeitura de Campinas foi convidada a participar de duas reuniões com a população, uma na Câmara dos Vereadores, promovida pelo CONGEAPA e outra realizada na Casa de Cultura e Cidadania Antonio da Costa Santos, em Sousas, e não compareceu.

Nessas oportunidades, foi decidida a formação do grupo de trabalho para fornecer informações para a população. A prefeitura também não estaria fazendo a divulgação necessária da audiência pública, necessária para finalizar o Plano de Manejo, que vai definir quais os tipos de empreendimentos serão permitidos dentro da APA e sua gestão, que hoje tem participação da sociedade através do CONGEAPA

Congeapa

Segundo o GT, é importante a presença da população na audiência pública para debater o Plano de Manejo da APA, marcado para as 18h30 do dia 25, no salão social anexo à Subprefeitura de Joaquim Egídio. O Plano de Manejo é de fundamental importância para todas as atividades da APA.

Na audiência, as entidades vão denunciar a intenção da Prefeitura de Campinas, de aprovar o mais rapidamente o Plano de Manejo, sem debate com a população, para poder aprovar novos loteamentos. Denunciam também a intenção da prefeitura, de intervir na estrutura do Conselho Gestor da APA Campinas (Congeapa), determinando que sua presidência deixe de ser exercida pela sociedade civil, passando a ser uma indicação da Administração.

Essa manobra, segundo o Congeapa, transformará um Conselho hoje independente em uma extensão da Secretaria do Verde e Desenvolvimento Sustentável (SVDS), que tem pressa em liberar a instalação de novos grandes loteamentos.”

Instituto Voz Ativa
APA Viva
Movimento MÃE (Movimento Asé Ecológico)
ASSUMA
Movimento Parque de Barão
SOS Mata Santa Genebra
Resgate Cambui
Minha Campinas
PAmor
Impas
Jaguatibaia
Observando os Rios de Amparo
MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens)
Centro Cultural Comunitário Amarais Rádio Comunitária Amarais FM