O Acampamento Marielle Vive!, localizado em Valinhos, região de Campinas (SP) teve neste último final de semana uma jornada de atividades culturais, recreativas e sociais, que incluiu com teatro, atividades para crianças e reuniões de núcleos para organização. A ocupação já conta com cerca de 1.000 famílias.

O teatro veio através do Projeto Teatro e Memória da Companhia Estudo de Cena com duas apresentações. Na sexta apresentaram a peça “Guerras desconhecidas”, que busca trazer para o publico três guerras brasileiras que não aparecem na história oficial do país a partir da narrativa de três importantes personagens do imaginário social e de luta do nosso continente: Lampião, Zapata e Santa Dica. E no sábado chegou a hora de “A farsa da justiça”, uma peça inspirada no fato real de um sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás, Inácio Nascimento, que se fingiu de morto para salvar sua vida.

Além do teatro, no sábado foi comemorado o Dia Internacional das Prostitutas, a partir das atividades propostas pela Associação Mulheres Guerreias que reúne trabalhadores/as do sexo de Campinas e região.

Junto a estas atividades, durante o fim de semana aconteceram as aulas de capoeira para adultos e crianças que já fazem parte do cronograma de atividades. Assim como as reuniões dos 26 Núcleos de Base que dão organicidade e vida ao Acampamento.

Atualmente as famílias acampadas no Marielle Vive! exigem que o poder público respeite a norma constitucional e a garantia de Reforma Agrária. As famílias denunciam que sofrem ameaças: em várias noites são escutados disparos de armas de fogo em frente ao acampamento, além disso, elas são insultadas e ameaçadas nas redes sociais e por quem passa na estrada.

Outra denúncia é em relação a fazenda. Segundo os ocupantes, homens vinculados aos fazendeiros rondam o acampamento ostentando armas e eles têm ingressado gado, de forma sistemática e certamente irregular, nas áreas das fazendas São João das Pedras e Fazenda Eldorado. O objetivo da empresa dona da fazenda é forjar provas para contrapor a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça que a principio de maio ordenou a suspensão da reintegração de posse solicitada pelo proprietário.

Do mesmo modo, as famílias exigem á Prefeitura de Valinhos que sejam garantidos os direitos dos e das acampadas, principalmente algo que é fundamental para a vida e que atualmente esta sendo negado: o direito ao acesso à água potável em quantidade suficiente. (Do MST-SP/Carta Campinas)