.Por Eduardo de Paula Barreto.

.O sono que disfarça a fome
Alimenta a fé estimulante
De que basta que o Sol acorde
Para surgirem novos horizontes
Que curarão as feridas do peito
E anularão os preconceitos
Que tornam o carente abjeto
Sensibilizando os sem-amor
Os sem-alma e os sem-pudor
Que desprezam os sem-teto.
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Casas vazias sem gente
Repletas de baratas
E sob a Lua imponente
Muita gente sem casa
Que dorme de barriga vazia
Esperando que a fantasia
Traga alguma felicidade
Mas quem dorme pouco
Logo vive o desconforto
Do retorno à realidade.
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É manhã, o Sol se acende
Exibindo horizontes coloridos
E acordam sorridentes
Os desalojados oprimidos
Despertados pelos passarinhos
Que se acomodam nos ninhos
Construídos nas marquises
De onde gorjeiam madrigais
Ignorando as castas sociais
Pois querem que todos sejam felizes.
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