Em São Paulo – Diante da difícil tarefa de definir quais são os limites entre as artes visuais e o design, a SP-Arte – Festival Internacional de Arte de São Paulo, que acontece entre os dias 11 e 15 de abril, pretende unir as forças de ambas as criações, oferecendo espaço para que expositores, artistas e o público convivam com ainda mais proximidade. São 33 expositores no terceiro andar do Pavilhão da Bienal. Grandes destaques do design brasileiro autoral dividem espaço com antiquários e designers independentes – a grande novidade deste ano para o setor.

“O mobiliário moderno brasileiro é referência no mundo todo. Hoje, nossos designers contemporâneos também vêm criando uma produção cheia de personalidade que é reconhecida internacionalmente. Queremos, então, reunir todo esse potencial do design brasileiro ao Festival: seja ele antigo, moderno ou contemporâneo, produzido em maior ou menor escala e das mais diversas vertentes”, conta Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte. Os estandes do setor apresentam luminárias, peças de tapeçaria, além de mobiliário moderno e contemporâneo. Tudo disposto em um ambiente que convida o público a ter um contato próximo com as peças e interagir com os criadores.

As grandes indicadoras das tendências do mobiliário autoral estão presentes em peso no Festival. A Firma Casa, por exemplo, lança a coleção Astral, da arquiteta Candida Tabet com nove peças exclusivas, inspiradas nas formas do balaústre, elemento típico da arquitetura europeia. A galeria também apresenta peças produzidas nos primeiros dez anos de carreira dos Irmãos Campana, que completam uma trajetória de quase três décadas. Referência quando o assunto é o design moderno nacional, a Etel traz a exposição Únicos e múltiplos, que reúne obras de três designers e arquitetos brasileiros, Jorge Zalszupin, Paulo Werneck e Oscar Niemeyer. Um dos designers de destaque do seu time, Arthur Casas também será apresentado com destaque no estande. Os Idealizadores da Ovo, Luciana Martins e Gerson de Oliveira, apresentam ao público duas linhas inéditas: Xeque, série de seis mesas inspiradas no jogo de xadrez, e Escrita, conjunto de cabideiros de aço carbono com banho de bronze.

Hugo França traz dez obras inéditas, todas produzidas com toras e raízes de pequis-vinagreiros que viveram entre 600 e 1200 anos até morrerem em queimadas. Jaqueline Terpins assina vasos de cristal incandescentes inspiradas em blocos de gelo e a Prototype apresenta a campanha Red Road, cujas peças são conduzidas pela conexão entre a pureza dos materiais e elementos xamânicos e indígenas. Felipe Protti, que comanda a galeria, assina o mobiliário do recém-inaugurado Vista Café, no topo do MAC.

A Herança Cultural propõe um desafio: a galeria convidou Flávio Franco, Guilherme Wentz, Rodrigo Ohtake, Ronald Sasson e Zanini de Zanine a produzir poltronas e pufes únicos combinados entre si sem que seus autores saibam – eles serão vendidos sempre em combinações.

Já a estreante Micasa apresenta peças dos ícones do surrealismo da arquitetura catalã Salvador Dalí, que assina a Leda Chair, e Antoni Gaudí, autor do Banco Batlló e da Calvet Chair. Também nova no festival, a multinacional Herman Miller apresenta um espaço assinado pelo escritório Todos Arquitetura, liderado por Maurício Arruda, Lais Delbianco e Fabio Mota. Eles trazem uma seleção de seus móveis clássicos como a Eames Lounge Chair e o Banco Nelson Platform.

Raros garimpos são apresentados em galerias como a Passado Composto do Século XX, que traz a tapeçaria Nordeste Seco, de Genaro de Carvalho, encomendada na década de 1960 por Adolpho Bloch, fundador da extinta Rede Manchete. Outros modernistas renomados como Lina Bo Bardi, Sergio Rodrigues e Joaquim Tenreiro assinam peças de mobiliário presentes no espaço do Apartamento 61.

Expositores Independentes

Com o propósito de promover o design de criadores cuja produção não é totalmente representada por uma galeria, a SP-Arte/2018 recebe 12 criadores independentes. É o caso de nomes como Ana Neute, que apresenta luminárias feitas com o capim dourado e Gustavo Bittencourt, que produziu três peças inéditas e únicas feitas a partir do reaproveitamento de madeira de jacarandá. Falando em sustentabilidade, o mineiro Domingos Tótora trabalha exclusivamente com a reciclagem de papelão descartado. Para a feira, ele leva uma série de bancos. Objetos de Brunno Jahara e móveis assinados por Maneco Quinderé também são destaques do setor.

Antiquários

As paulistanas Replendor Antiguidades e Arte e Homenco Antiguidades, trazem achados antigos para a SP-Arte/2018, assim como a mineira Sandra & Márcio, e a baiana Cristiane Musse Arte e Antiguidades.

Projetos especiais

Os arquitetos também marcam presença no setor, no Projeto de Arquitetos. A exposição reúne peças dos consagrados Kiko Salomão, Ruy Ohtake, Fernanda Marques, Bel Lobo, Leo Romano e o escritório Triptyque num ambiente sem paredes. O Museu da Casa Brasileira também estará presente à convite do Festival, com peças do seu acervo que foram destacadas no Prêmio MCB.

Confira neste link a lista completa dos expositores do setor. (Carta Campinas com informações de divulgação)

SP-Arte/2018
Datas abertas ao público:
12 a 15 de abril – Quinta-feira a sábado, das 13h às 21h. Domingo, de 11h às 19h.
Preview: 11 de abril
Pavilhão da Bienal
Parque Ibirapuera, Portão 3
São Paulo, Brasil

Entrada:
R$ 45,00 [geral] R$ 20,00 [meia promocional*]
*estudantes, portadores de deficiência e idosos com mais de 60 anos [necessária a apresentação de documento]. O Vale-Cultura poderá ser utilizado para o abatimento de 50% do valor do ingresso. Crianças de até 10 anos não pagam entrada.
A bilheteria encerra suas atividades 30 minutos antes do término do evento.