Em São Paulo – A 5ª edição da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo acontece de 1 a 11 de março de 2018, ocupando vários espaços da cidade de São Paulo com uma programação de espetáculos, atividades reflexivas e pedagógicas.

Serão nove montagens com a participação de artistas de vários países, como Alemanha, Argentina, França, Polônia, Reino Unido, Suíça, Uruguai, entre outros.

O espetáculo Suíte n°2, dirigido pelo francês Joris Lacoste, o artista em foco dessa edição, faz a abertura no dia 1º de março no Auditório Ibirapuera, e o encerramento é a performance A gente se vê por aqui – 24hs Globo, dirigida pelo artista brasileiro Nuno Ramos, com duração de 24 horas, entre o Fantástico (o programa dominical, do dia 11/03), até o Jornal Nacional do dia seguinte (segunda-feira, dia 12/03).

Dois dos mais significativos diretores contemporâneos, o suíço Christoph Marthaler e o polonês Krystian Lupa – ambos pela primeira vez em São Paulo – são destaques da programação desta quinta edição da MITsp, com os espetáculos King Size e Árvores Abatidas – respectivamente, considerados trabalhos importantes de seus repertórios.

Desde a primeira edição, Antônio Araújo (Teatro da Vertigem) e Guilherme Marques (CIT-Ecum- Centro Internacional de Teatro Ecum), idealizadores da MITsp – diretor artístico e diretor geral de produção, respectivamente – tinham a ideia de reunir em um festival espetáculos de impacto na experimentação e na investigação da linguagem cênica.

Em seu quinto ano consecutivo, essa perspectiva continua guiando a curadoria dos trabalhos apresentados e as propostas de diálogos nos eixos Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas e Olhares Críticos e no novo MITbr – Plataforma Brasil. As montagens convidadas para 2018 são todas inéditas no Brasil e trazem artistas de diversos países – muitas companhias e projetos unem pessoas de diferentes nacionalidades. É o caso, por exemplo, do espetáculo País Clandestino, que tem cinco diretores, de cinco países (Brasil, Argentina, Uruguai, Espanha e França), ou de Palmira, criado pelo grego Nasi Voutsas e pelo francês Bertrand Lesca.

Nesta edição, diferentes obras propõem olhares para a história e a memória. Campo Minado, da diretora argentina Lola Arias, e sal., de Selina Thompson, atriz do Reino Unido, com direção de Dawn Walton, evocam lembranças e falas para tratar das reminiscências de diferentes formas, sejam de guerras, sejam do colonialismo. Revelam, assim, seus desdobramentos ainda presentes nos nossos dias, reacendendo discussões com pontos de vistas de pessoas comuns, pontuando questões políticas e afetivas.

Em diálogo com a proposta de Campo Minado, Lola Arias ministra um workshop – Meus Documentos – para artistas brasileiros, dentro das Ações Pedagógicas. Nessa atividade ela sugere uma experiência cênica de investigação, por meio de diversos materiais, a partir de uma história que inquiete cada um dos participantes.

É foco da MITsp, em todos os anos, obras que reúnam teatro, música, dança, instalações e outras formas de expressão. King Size, da companhia suíça Théâtre Vidy-Lausanne, dirigido por Christoph Marthaler, é um exemplo de espetáculo em que a música está em diálogo com o teatro, característica da pesquisa intensa do diretor em sua carreira; ou Hamlet, do dramaturgo e diretor Boris Nikitin, que transporta a tragédia de Shakespeare para os dias atuais, usando recursos como a música – além de cantar, um quarteto barroco está no palco – e a performance.

O polonês Krystian Lupa é nome fundamental nesta edição. Sua montagem de Árvores Abatidas, baseada no texto homônimo do autor Thomas Bernard, coloca em cena o refinamento de sua técnica no trabalho de atores e do texto.

Suíte n°2

De diferentes modos, esses espetáculos exploram a palavra, as possibilidades de comunicação, sua escuta, seus ruídos e seus silêncios. Suíte n°2, projeto do francês Joris Lacoste, representa de forma explicita essa ideia. Seu espetáculo questiona e submete as palavras a um jogo de formas, repetindo-as seguidamente, cantando, falando muito rápido, até que seus sentidos ganhem novas ideias ou percam sua ideia original.

As Ações Pedagógicas e Olhares Críticos, eixos fundamentais na percepção da MITsp, também discutem questões políticas em suas ações. Com curadoria de Luciana Romagnolli e Daniele Ávila Small, Olhares Críticos coloca em debate, entre as ações já confirmadas, nas Reflexões Estético-Políticas, o tema “O estatuto da arte no Brasil contemporâneo: liberdade, alteridade, mediação”, discutindo a censura e a violência, tendo em vista o debate público nas artes em 2017. Completam ainda ações previstas para acontecer: os Diálogos Transversais, o Pensamentoem-Processo, o Espaço de Ensaios e a Prática da Crítica.

As Ações Pedagógicas, com curadoria de Maria Fernando Vomero, inauguraram as atividades da MITsp com abertura de inscrições para workshops e a residência da alemã Susanne Kennedy, que esteve presente na edição passada com o espetáculo Por que o Senhor R. Enlouqueceu? e volta para trabalhar com artistas brasileiros. Ao longo de três semanas, os participantes se aproximarão de sua linguagem cuja ideia principal é o trabalho com novas formas de linguagem verbal aliadas à precisão das expressões corporal e vocal.

Outros workshops também estão previstos e com inscrições já abertas, Internacionalização de espetáculos, com a croata radicada na Espanha Iva Horvat; Meus Documentos, com a argentina Lola Arias; Des–normatividade: possibilidades criativas de expressão, com a sueca Liv Elf Karlén, e Intersecções entre poéticas não-verbais, com os brasileiros Aby Cohen e Renato Bolelli Rebouças.

Este ano, o desejo de expansão das atividades do eixo pela cidade se concretiza com workshops em diferentes pontos, como na Fábrica de Cultura Brasilândia e no Pombas Urbanas. Em parceria com o Goethe-Institut São Paulo e o festival SpielArt, o projeto AudioReflex fará parte da programação da MITsp. Tendo como ponto de partida a migração e integração dos imigrantes, o programa uniu artistas ativos no Brasil (José Fernando de Azevedo, Alejandro Ahmed e Rita Natálio) e outros três ativos na Alemanha (Ariel Efraim Ashbel, Suli Kurban e Claudia Bosse), com a curadoria de Sigrid Gareis, para produção de uma performance auditiva sobre suas experiências com o tema. Em um primeiro momento, compuseram três obras em Munique e agora é a vez de comporem obras no Brasil para seu mergulho no tema e produção de suas performances para o Museu da Imigração, onde farão suas pesquisas e suas áudioobras.

Sobre os espetáculos

A escritora, dramaturga e artista Lola Arias traz à quinta edição da MITsp um espetáculo de grande potência cênica. Lola traz o inédito Campo Minado em que discute de forma inovadora a Guerra das Malvinas, uma ferida ainda aberta no seu país. Para tanto, coloca lado a lado três ex-combatentes argentinos e três ingleses.

Campo Minado, um projeto que reúne argentinos e ingleses veteranos da Guerra da Malvinas, investiga o que permaneceu na memória desses combatentes, passados mais de 35 anos do conflito armado. O palco, transformado em um set de filmagem, funciona como uma máquina do tempo, para reconstruir suas experiências de guerra. O único laço entre eles é o fato de serem veteranos. Mas o que é esse papel? Um sobrevivente, um herói, um louco? Com os seis atores/personagens em cena, Campo Minado examina as marcas deixadas pela guerra, a relação entre a experiência e a ficção e as formas de representação da memória. Acompanhados de uma banda, o espetáculo faz dessas vivências recordadas uma tentativa de reconstruir a história a partir desses pontos de vistas.

sal.

Um solo feminino é o ponto de partida para sal., espetáculo com a atriz Selina Thompson, estabelecida no Reino Unido. Vencedora de vários prêmios por sua atuação, o espetáculo recobra a memória a partir de uma viagem idealizada pela artista para falar de sofrimento, ancestralidade, lar, esquecimento e colonialismo. Em sal., a atriz narra o percurso de dois artistas que embarcaram em um navio cargueiro para refazer uma das rotas do Comércio Transatlântico de Escravos: do Reino Unido a Gana e, de lá, à Jamaica. As memórias, questionamentos e sofrimentos desse trajeto, realizado em fevereiro de 2016, levaram os artistas às profundezas do Atlântico e ao universo de um passado imaginário. O espetáculo sal. é uma leitura do que eles trouxeram de volta. Como a história e as relações coloniais permanecem em nosso cotidiano? Um espetáculo sobre fazer parte de uma diáspora, que nos leva a pensar onde nos encaixamos e quais mudanças estão por vir. Uma performance dura e sensível, a um só tempo, que fez uma crítica no jornal britânico de The Guardian declarar: sal. “oferece o dom de ver o mundo através de diferentes olhos”.

País Clandestino, um projeto de inúmeras fronteiras, feito por cinco diretores, de diferentes países. Também trata de pertencimento e reflete sobre política, história e arte a partir do ponto de vista de cada um dos autores/atores. Maëlle Poesy (França), Jorge Eiro (Argentina), Lucía Miranda (Espanha), Pedro Granato (Brasil) e Florencia Lindner (Uruguai) conheceram-se em Nova York durante um intercâmbio no Directors LAB do Lincoln Center, em 2014. Essa experiência e a diversidade de pontos de vista (artísticos e políticos) levou-os a continuar o intercâmbio por mais de dois anos de forma virtual.

O espetáculo, posto como autodocumental, traz em sua criação os artifícios tecnológicos utilizados durante a construção da obra – que foi feita entre três residências artísticas, e-mails e muitas reuniões via Skype. Em cada encontro, falavam sobre suas práticas teatrais, o contexto artístico e político em que cada um vivia em seu país e fantasiaram a ideia de realizar um projeto a cinco mãos. O resultado será apresentado no Brasil pela primeira vez.

Julian Meding é o performer e músico eletrônico que, acompanhado por um quarteto barroco, interpreta Hamlet, do dramaturgo e diretor Boris Nikitin, que transformou a peça de Shakespeare num espetáculo que transita entre a performance e os teatros documentário, musical e experimental. Meding interpreta um Hamlet revoltado contra a realidade e também contra a plateia – como em Shakespeare, Hamlet se revolta contra sua corte real -, misturando detalhes de sua história de vida com a ficção. Durante a apresentação de Hamlet, o performer queer canta electropunk bruto, esboços de canções cover, uma balada de Hollywood; músicas como fragmentos de emoções. O público, que ora é zombado, ora é seduzido, se percebe na zona de conflito entre ilusão e realidade, indivíduo e sociedade.

O suíço Boris Nikitin é um prestigiado diretor e dramaturgo. Suas produções refletem sobre a representação e a produção de realidade e identidade na política, na economia, na religião, nas artes e nas histórias pessoais. As peças, os textos e as curadorias realizadas por Nikitin buscam constantemente o limite entre a performance e o teatro-ilusão, destacando os lugares ambíguos e potenciais da individualidade e da capacidade de atuação.

Palmira

Palmira, o trabalho do grego Nasi Voutsas e do francês Bertrand Lesca, usa o nome da cidade Síria – Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco – para tratar de vingança e de política de destruição. Contemplado pelo prêmio Total Theatre Award 2017, durante o Festival de Edimburgo, pela inovação, experimentação e exploração de formatos, é um drama político que mistura o fato e a ficção. A antiga cidade de Palmira foi uma das mais preservadas do mundo e recebia turistas que vinham de todos os cantos do mundo para contemplar os icônicos templos de Bel e Baalshamin e o Arco do Triunfo. Até 2015, quando durante a Guerra Civil o Estado Islâmico tomou o controle da cidade, destruiu seus templos, saqueou suas sepulturas e utilizou seu anfiteatro para realizar execuções. O trabalho questiona o que consideramos bárbaro, quais os limites dessa “civilização”.

Bertrand Lesca e Nasi Voutsas trabalham juntos desde 2015 e são artistas Associados ao MAYK – uma organização produtora de teatro, localizada em Bristol, na Inglaterra, interessada em novos formatos cênicos. Os dois são criadores de Eurohouse (2016), também premiado, e com mais de 50 apresentações até agora.

Reconhecido como um dos encenadores contemporâneos mais importantes, o diretor suíço Christoph Marthaler vem pela primeira vez a São Paulo. Com uso altamente expressivo da música em suas peças, ele apresenta King Size, um trabalho com três atores/cantores em cena, com um tom entre a melancolia e a comédia.

King Size

King Size é uma forma que Marthaler usou ao longo de sua carreira – um modo não convencional de encenar com música. Ao longo de 22 músicas de um longo período da história musical – que vai de Schumann até a The Jackson 5 -, um homem e uma mulher, acompanhados por uma senhora mais velha, entoam essas canções tendo como cenário um quarto de hotel com uma cama king size, decorado em tons de azul e florais. As ações desses personagens assumem dimensões cômicas, seja quando eles dançam ou usam vozes líricas para cantar músicas pop. Mesmo que o efeito seja inicialmente estranho, ele logo se conecta à uma realidade sensível, ligada às relações humanas, destacando sentimentos que se misturam entre sonho e realidade. Solidão, convenções grotescas e as trágicas vidas cotidianas são evidenciadas com ternura, melancolia e humor. “Você vai sair em uma pequena nuvem, depois de uma hora e meia de felicidade, como apenas o diretor suíço pode fazer: uma felicidade rara e macia, como os passos laterais que a vida oferece quando está pronto para sorrir e cantar”, declarou uma crítica do francês Le Monde.

Como Marthaler, o polonês Krystian Lupa é outro grande destaque na Mostra, também considerado um dos maiores diretores contemporâneos. Logo nos seus primeiros trabalhos já indicou uma direção para sua forma de ler e conduzir os textos: o interesse nas relações humanas, representado no palco por meio de um jogo psicológico sutil e por sua habilidade em tornar o silêncio parte da cena. Seu recente trabalho, Árvores Abatidas, adaptação do livro de Thomar Bernard, é considerado por críticos uma obra-prima do seu repertório, e coloca em cena um grupo de antigos amigos. O reencontro acontece depois que um deles cometeu suicídio. Eles não são mais os mesmos e a boêmia e a rebeldia do passado desapareceram, dando lugar ao dinheiro, aos confortos e aos importantes cargos. A reunião se torna uma oportunidade para falar sobre medos profundos e subconscientes, para examinar o passado e colocar em palavras as queixas, as feridas e as demandas desse grupo de adultos desiludidos. É um trabalho que vem arrebatando a crítica pelo mundo, como nesta declaração do jornal espanhol La Vanguardia: “A verdade é que Krystian Lupa realizou um trabalho dramatúrgico fascinante. Para começar, apresenta o grupo em conformidade com uma constante imobilidade, como figuras profundamente derrubadas pelo próprio mundo decrépito onde convivem. É um coletivo considerado pelo autor a partir de uma margem exterior à cena e de onde Lupa sublinha algumas personalidades, através das imagens de enorme expressividade. Em tudo, incluindo a direção dos atores, o polonês é, mais uma vez, magistral”.

O francês Joris Lacoste, que abre a Mostra este ano, combinando alternadamente literatura, teatro, artes visuais, música, poesia sonora, tem uma forte dimensão de pesquisa. Escreve para o rádio e para o teatro e já teve seu trabalho encenado no Centro Pompidou, em Paris. Suíte n°2 é a segunda peça da série A Enciclopédia da Palavra que o diretor vem realizando desde 2007 com artistas de diferentes disciplinas, linguistas, etnólogos, musicólogos, especialistas em som, entre outros. O conceito do projeto é recolher todas as palavras possíveis, provenientes de todos os lugares, pronunciadas em todas as línguas e em todas as circunstâncias, cada uma com seu sentido, com seu efeito no mundo – desde discursos de presidentes até áudios ditos em cabines de avião. A partir disso, as orquestra e as transforma em cena.

Neste espetáculo, as palavras se encontram pela primeira vez nas vozes de um quinteto de atores/cantores com enorme potência técnica da voz. As palavras se deslocam em ritmos e sons e ganham outros significados. “Palavras que são ações. Palavras que são boas e palavras que são assustadoras. Palavras que lutam, sofrem, esperam, se regozijam, se revoltam, se tranquilizam. Palavras que dançam e palavras que fazem amor. Palavras que decidem, ameaçam, condenam, matam. Palavras que reúnem e palavras separadas. Palavras que dizem obrigado. Palavras que exigem pena. Palavras que se recusam. Palavras dadas, palavras mantidas, palavras traídas…”

A gente se vê por aqui – 24 hs Globo

O artista brasileiro Nuno Ramos é o responsável pelo encerramento da MITsp, com a performance A gente se vê por aqui – 24 hs Globo. Nela, durante 24 horas – com início durante o programa Fantástico, da Rede Globo, e o término durante o Jornal Nacional do dia seguinte, da mesma emissora – dois atores estarão no palco, acompanhados com um kit-sobrevivência (banheiro químico, comida, fogão, forno de micro-ondas, filtro, sofá, colchão, aparelhos fitness, etc). Além disso, têm à disposição jogos, adereços, passatempos, materiais de limpeza. Usam o tempo todo dois fones de ouvido grandes, que os isolam da plateia, e dois microfones portáteis que amplificam suas vozes.

Continuamente, durante as 24 horas que vivem ali (cozinhando, indo ao banheiro, passando o tempo como inventarem), recebem o áudio da programação da Globo e interpretam, parodiam, improvisam e/ou ‘novelizam’ seu conteúdo.

Escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta, videomaker, o paulista Nuno Ramos é reconhecido desde os anos 1980 como um dos nossos principais criadores no campo das artes plásticas, Formou-se em filosofia na USP – Universidade de São Paulo e, em 2009, seu livro Ó, uma reunião de “falsos ensaios”, como ele mesmo define, foi o vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura. Sua performance-vigília na internet, em protesto à anulação do julgamento dos 111 mortos do Carandiru, teve mais de um milhão de público.

A quinta edição da MITsp tem apresentação do Ministério da Cultura – Governo Federal e Banco Itaú, realização da Associação Olhares Instituto Cultural, ECUM Central de Produção, Itaú Cultural, Sesc, SESI-SP e correalização da Secretaria Estadual de Cultura – Governo do Estado de São Paulo, SESI-SP, Instituto Adam Mickiewicz da Polônia, Consulado Geral da França em São Paulo, Institut Français Brasil, Pro Helvetia, APEX, Goethe-Institut São Paulo e British Council Brasil.

Mais informações pelo SITE  da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo. (Carta Campinas com informações de divulgação)