As ideias fora de lugar: o tira na cabeça, de Barbara Kanashiro e Marjóri Nani

Em São Paulo – Até 9 de março de 2018, o público poderá ver no Espaço das Artes da ECA-USP a Exposição “Zona Abissal” que apresenta obras de Aline Moreno, Ana Muniz, Ana Paula César, Bárbara Kanashiro, Bruno Ferreira, Camila Krantz, Flávia Kitasato, Fernanda Gonçalves, Jesiel Ternero, Louise Cristine, Nae Matakas, Rafael Aguaio, Raquel Benato, Ricardo Cuenca Jr., Rodrigo Arruda e Wagner Coraça, todos eles artistas do curso de Artes Visuais da USP.

Por que Zona Abissal? Quando os artistas vão se apresentando nas salas amplas do Espaço das Artes, onde por muitos anos habitou o acervo do Museu de Arte Contemporânea – MAC USP, o título da mostra vai se harmonizando. Logo na entrada, o visitante atento consegue se localizar ao observar a imagem de Nae Matakas de um amplo corredor com um único painel entre paredes vazias. Ou caminhar pelas ruas da cidade através do ensaio fotográfico Paisagem Segundo São Paulo, de Rafael Aguaio. E descobrir o limite da arte no céu ou no oceano através do óleo sobre tela de Wagner Coraça.

Sob a coordenação dos professores Dora Longo Bahia e Mario Ramiro, os trabalhos são resultado das pesquisas desenvolvidas na graduação. “Zona Abissal apresenta obras em diversas linguagem, técnicas e suportes”, observa Dora Longo. “O título refere-se ao espaço sob a superfície do oceano, a milhares de metros de profundidade, uma região onde a luz não chega e a pressão é altíssima.”

Toda a pressão da criatividade e do aprendizado dos jovens artistas aflora em cinco salas. Lá estão Aline Moreno, Ana Muniz, Ana Paula César, Bárbara Kanashiro, Bruno Ferreira, Camila Krantz, Flávia Kitasato, Fernanda Gonçalves, Jesiel Ternero, Louise Cristine, Nae Matakas, Rafael Aguaio, Raquel Benato, Ricardo Cuenca Jr., Rodrigo Arruda e Wagner Coraça. São jovens artistas e, como os seres que habitam a zona abissal, movem-se para qualquer sentido.

Logo na entrada, os visitantes encontram folhetos explicativos sobre o que é zona abissal e a proposta dos artistas. Eles se colocam: “Somos seres terrestres, e não nos é dada a experiência de estar nesse abismo subaquático. Todavia, é possível traçar paralelos entre um e outro”.
Segundo os artistas, a zona abissal é mais do que um abismo. “É uma área que começa quando a visibilidade termina, e na qual se movimenta sem saber o que está ao redor. Potencialmente paralisante, por um lado, e libertador, por outro.”

Eles têm razão. Na Zona Abissal os artistas ficam soltos, sem limites. Mas estão em busca, na travessia do universo da arte. Bruno Ferreira, na obra Escada e Pontalete, apresenta a sua própria escada por onde a sua imaginação sobe e desce. Os degraus, no entanto, são bem definidos. Bárbara Kanashiro e Marjóri Nani apresentam a performance As ideias fora do lugar: o tira na cabeça. No espaço com paredes brancas, há um carrinho de mão branco. Sugere algo em construção. Algo que pode ser muito ou nada. Um vazio que propicia ao espectador se questionar sobre a arte e o artista. No chão, sobre a areia, as letras: S O S. (Carta Campinas com informações do Jornal da USP/Leila Kiyomura)

Exposição Zona Abissal
Local: Espaço das Artes da ECA-USP, Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, em São Paulo,
de segunda a sexta-feira, das 10 às 20 horas
Entrada gratuita
Até 9 de março de 2018