Em São Paulo – Pode ser vista até o dia 25 de março no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, a exposição “Anri Sala: o momento presente”, a segunda apresentação ampla do artista albanês Anri Sala (Tirana, 1974) no Brasil. Trata-se de um projeto que compreende duas exposições no Instituto Moreira Salles. A primeira delas aconteceu na sede do IMS do Rio de Janeiro, em 2016. A segunda etapa da exposição ocupa dois andares do IMS Paulista e apresenta obras ainda inéditas no país.

Na etapa paulista, a exposição reúne trabalhos recentes, sobretudo videoinstalações sonoras, tais como The Present Moment (2014), Long Sorrow (2005), Answer Me (2008), Le Clash (2010) e Tlatelolco Clash (2011). A mostra explicita a dimensão política e ao mesmo tempo sensível da obra de Sala. Por um lado, as obras propõem uma avaliação crítica do mundo contemporâneo; por outro, impactam a sensibilidade do espectador por meio do som. Para Heloisa, “ao justapor situações pessoais, históricas e políticas, os trabalhos em exibição propõem aos visitantes experiências nada apaziguadoras”.

O grande destaque da exposição no IMS Paulista é a videoinstalação The Present Moment (in D) e The Present Moment (in B-flat) (2014), apresentada pela primeira vez no país, em que o artista reconstrói a composição Verklärte Nacht [Noite transfigurada], Op. 4, de Arnold Schönberg. Nessa e em outras obras, Sala explora o potencial da música de nos conectar de maneira intensa com o presente.

Outro destaque da mostra é a videoinstalação Làk-kat 3.0 (Brazilian Portuguese/Portuguese/Angolan Portuguese) (2016), uma nova versão do vídeo de Làk-kat, filmado em 2009, no Senegal, desenvolvida especialmente para a exibição no Brasil. A obra é composta por três telas mostrando a mesma cena de um diálogo em uólofe (língua original da região onde hoje fica o Senegal) e francês, sendo que cada uma das telas apresenta legendas em português enfocando diferenças entre expressões idiomáticas típicas do Brasil, de Portugal e de Angola. Além de abordar relações de poder por meio da impossibilidade de se traduzir algumas palavras em uólofe, a obra lança um olhar para o passado colonial do Brasil e suas raízes africanas. Para realizar a nova versão brasileira, o artista trabalhou em colaboração com a escritora brasileira Noemi Jaffe, o angolano Ondjaki e o português José Luís Peixoto.

As videoinstalações The Present Moment (in D) e The Present Moment (in B-flat) (2014), a série de fotografias Untitled (corner) (2004) e as instalações Moth in B-Flat (2015) e Moth in D (2015) serão exibidas a partir de 13 de dezembro na Galeria 1 do IMS Paulista. O filme 1395 days without red (2011) será apresentado a partir da mesma data, todos os dias, às 12h30, no cinema do instituto.

As obras Answer Me (2008), Le Clash (2010), Tlatelolco Clash (2011), Long Sorrow (2005), Jemeel Moondoc responding to his own performance in Long Sorrow (2006) e Làk-kat 3.0 (Brazilian Portuguese/Portuguese/Angolan Portuguese) (2016) estarão na Galeria 2 a partir de 24 de janeiro de 2018.

Mais informações no SITE do IMS Paulista. (Carta Campinas com informações de divulgação)