O Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed) soltou nota na tarde desta terça-feira, 12, sobre a revelação dos áudios em que dois secretários do governo Jonas Donizette (PSB) são flagrados discutindo formas de pressionar os médicos para que aceitem as condições impostas pela administradora do Hospital Ouro Verde.

Os secretários são Wanderley de Almeida, de Relações Institucionais, e Silvio Roberto Bernardin, de Assuntos Jurídicos (foto). Vereadores da base do governo Jonas Donizette (PSB) evitam abrir uma CPI para investigar o caso. Os áudios fazem parte da Operação Ouro Verde.

Veja Nota do Sindimed:

“Em novo áudio obtido pela justiça os secretários da prefeitura de Campinas, Wanderley de Almeida e Silvio Roberto Bernardin, foram flagrados discutindo formas de pressionar os médicos que atendiam pela OS Vitale no Hospital Ouro Verde a aceitar as condições impostas pela empresa, que atrasou salários, precarizou as relações trabalhistas e permitiu que faltassem insumos básicos, como seringa, na unidade hospitalar que atende a maior região populacional da cidade de Campinas.

Não bastasse “pjotizar” os médicos com a cumplicidade de Jonas Donizette, os secretários conspiraram a luz do dia para tentar inviabilizar que o Sindicato que representa os médicos de Campinas, o Sindimed, pudesse exercer seu papel constitucional de defender os interesses dos trabalhadores. Wander Almeida afirma no áudio: “Tem que ter uma medida de força, que é: não conversamos com Sindimed, a relação é CNPJ com CNPJ”.

Uma violência sem precedentes contra o sagrado direito de organização dos médicos.

Mas fica pior: ao sugerir que a Vitale pagasse antecipadamente os médicos por não ter capacidade de contratar novos profissionais caso demitisse os da casa, os secretários admitem o péssimo serviço da empresa. Bernardin diz: “Do jeito que estão sujos no mercado (Vitale) não vai achar quem queira vir entendeu?”.

Os secretários não sugerem nenhuma medida legal para melhorar o serviço, como aplicar multas ou romper o contrato. Medidas previstas por lei e que poderiam ser tomadas para defender os interesses do povo de Campinas. Pelo contrário: conspiram para “quebrar” o espírito da categoria médica e empurrar os evidentes problemas de gestão para debaixo do tapete. Um escárnio.

O Sindimed continuará defendendo os médicos de Campinas e região e denunciando os crimes cometidos pela empresa Vitale e pelos gestores públicos do governo Jonas Donizette. Não nos intimidarão. Conclamamos a sociedade a reagir contra esse crime que tira dinheiro do serviço público mais essencial fornecido pela prefeitura: a saúde.”
Casemiro Reis – Presidente do Sindimed Campinas