Em São Paulo – Até o dia 5 de março de 2018, poderão ser vistas na Pinacoteca três exposições.

A primeira delas, “Caio Reisewitz: Altamira” reúne oito fotografias de Caio Reisewitz recentemente adquiridas pela Pinacoteca por meio de doação feita durante a SP-Arte 2016. Trata-se de uma série intitulada Altamira, em que o artista documenta a região da floresta de Belo Monte, delimitada pelo rio Xingú, que desaparecerá ao término da construção da terceira maior hidrelétrica do mundo na região.

As fotografias mostram uma natureza intocada, onde a presença humana parece não existir, expondo o paradoxo de que em breve a floresta não estará mais lá. O trabalho de Reisewitz será mostrado ao lado da sala de pinturas de paisagem da mostra de longa duração da Pinacoteca, permitindo a reflexão sobre a representação da natureza no século XIX e na contemporaneidade. A exposição poderá ser vista na sala A.

Nas salas B e C serão exibidas duas videoinstalações do artista belga David Claerbout (Kortrijk, 1969) sob curadoria de Mariano Klautau. Embora pouco conhecido no Brasil, o artista tem exibido seus vídeos, filmes e fotografias em galerias e museus na Europa, EUA e Ásia, revelando um modo próprio de provocar a imaginação do espectador.

O trabalho de Claerbout se baseia na manipulação digital de imagens fotográficas, permitindo o surgimento de movimentos muito sutis. Projetadas em grandes dimensões, as obras promovem sensação de imersão do observador, colocando-o numa interface entre fotografia, cinema e pintura.

KING é construído tendo como referência uma antiga fotografia do jovem Elvis Presley e Pure Necessity é uma intervenção no desenho animado original The Jungle Book, conhecido no Brasil por Mogli, o Menino Lobo. Segundo Klautau, entre a fotografia e o desenho, por meio de processos digitais e estéticas do cinema e do vídeo, a Pinacoteca irá oferecer de modo inédito ao público um bom exemplo de sua poética. Anteriormente, Claerbout havia exibido dois trabalhos na Bienal de São Paulo em 2010, “The Algier’s Sections of a happy moment” (2008) e “Sunrise” (2009).

Já em ‘Os desastres da guerra’, Dora Longo Bahia, artista que trabalha a partir da apropriação de fotografias de guerra, faz uma releitura da obra homônima de Francisco Goya, realizada no século XIX. O conjunto de 80 pinturas em tinta acrílica sobre pergaminho reproduz imagens de conflitos ocorridos principalmente no século XX, como a I e II Guerras Mundiais, a Guerra Civil espanhola, a Guerra do Vietnã, do Afeganistão, entre outras. A obra foi incorporada ao acervo da Pinacoteca por meio de doação do Programa de Patronos da Arte Contemporânea e será montada na sala D.

Mais informações podem ser vistas no SITE da Pinacoteca. (Carta Campinas com informações de divulgação)