A grande crise econômica brasileira ainda não chegou.

Ela está programada como uma bomba relógio para 2019, primeiro ano do novo governo, se houver eleições presidenciais em 2018.

É em 2019 que os resultados da concentração de renda, provocada pela Reforma Trabalhista e todas as outras medidas do governo Temer, partidos evangélicos e o PSDB,  vão aparecer de forma escandalosa.

No próximo ano, 2018, os resultados ainda não estarão visíveis por dois motivos:

1. Em 2018, essas medidas vão ser implantadas pelas grandes e médias empresas de forma escalonada. Uma universidade demite 1.200 aqui, uma escola demite 50 ali, uma industria demite 300 acolá. E todos serão recontratados e contratados em condições piores de trabalho e com renda menor.

2. Em 2018 também haverá um grande esforço do governo para que a economia melhore se houver eleições. Em todos os anos de eleição, sempre há uma maior liberação de recursos para que a economia não caia e prejudique o candidato governista.

Mas em 2019, o novo governo vai tentar fazer caixa para suas realizações. É assim com todos os governos ao assumir. E é aí que a crise vai se abater de forma avassaladora.

Para manter o crescimento da desigualdade sob controle, o Exército poderá estar em 2019 não só nas ruas do Rio de Janeiro.

Em tempo: reportagem do El País, de hoje, mostra que a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, coordenada, entre outros, pelo economista francês Thomas Piketty, apontou o Brasil com a maior concentração de renda do mundo entre o 1% mais rico. Quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país, a maior concentração do tipo no mundo. Segundo o texto de Rodolfo Borges, o grupo, composto por centenas de estudiosos, disponibiliza nesta quinta-feira um banco de dados que permite comparar a evolução da desigualdade de renda no mundo nos últimos anos. (Susiana Drapeau)