Cuidar e amar um cachorro de estimação aumenta sua qualidade de vida.

 

.Por Regis Mesquita.

 

Uma pesquisa Sueca, com 3,4 milhões de pessoas, demonstrou que os proprietários de cães tiveram menor risco de morte (1).

 

Os cientistas acompanharam o histórico médico destas pessoas durante 12 anos. O grupo dos não donos de cachorros tiveram mais doenças e mais mortes durante este período.

 

O efeito protetor de compartilhar a vida com cães foi ainda mais significativo em pessoas que viviam sozinhas. Vários outros estudos já demonstraram que viver sozinho traz vários riscos para a saúde da pessoa. Principalmente, risco para a saúde mental. Pessoas que vivem sozinhas estão mais sujeitas à depressão, ansiedade e doenças cardiovascular do que pessoas que vivem em família com vários membros. Neste estudo ficou demonstrado que ter um cão reduziu em 33% o risco de morte dos solitários (durante os anos do estudo).

 

No Brasil, setenta milhões de pessoas moram sozinhas. Segundo o IBGE (Síntese de Indicadores Sociais de 2015) grande parte destas pessoas são idosas.

 

Imaginemos a situação: a idosa vai ao supermercado e compra comida para sua casa. Todos os dias, ela cozinha apenas para si mesma. Come sozinha, lava panelas sozinha. Será que ela terá motivação para continuar cozinhando para si mesma?

 

Uma grande dificuldade de quem vive sozinha é que não há com quem compartilhar. Ou seja, ela não divide o trabalho com ninguém. Não divide os resultados, os planos, o diálogo, etc. Falta para ela sentido para viver, motivos para se sentir útil, vínculos que lhe permita amar e ser amada.

 

O amor é um grande motivador

 

Se sentir útil é um ótimo motivador. Compartilhar incentiva a ter uma vida dinâmica. Durante a formação da raça humana, sobreviveram aquelas pessoas que criaram grupos fortes capazes de compartilhar, dividir, se protegerem mutuamente e viverem vínculos profundos entre si. Na alimentação, por exemplo: todos buscavam comida. Se um conseguia a comida, todos comiam. Como eram vários membros, sempre alguém conseguia alimentos para sustentá-los. Esta inter-relação reforçava os vínculos emocionais e gerava bem estar.

 

A vida comunitária foi sendo diminuída pelo desejo de autonomia das pessoas. Cada pessoa quer ter sua própria vida, com o mínimo de dependência. Quanto mais a pessoa quer ter a liberdade de decidir, menos espaço existe para o compartilhar. Afinal, viver em grupo exige abrir mão de parte de sua autonomia.

 

Se dois amigos combinam de sair, os dois devem estar de acordo com as escolhas. Se vários membros de uma família vão sair, também  deve haver uma decisão em comum. Tudo que é comum limita a autonomia. O problema é que a autonomia ao longo dos anos torna a vida humana mais cara, complicada e com menos motivação.

 

Aí que entram os animais de estimação. São formas de amar, compartilhar, dividir. Donos de cachorro possuem uma fonte extra de prazer, porque a existência do animal torna a vida da pessoa mais dinâmica e mais repleta do servir. Muita gente diz que é o cachorro quem leva o dono para passear; diz que o cão enche a vida de seu dono de atividades. Ao elevar o ânimo, eleva a resistência imunológica. Aumentam os exercícios, aumentam o bem estar.

 

Seja a família, seja um animal doméstico, ter alguém para amar e cuidar muda a vida das pessoas. Presos tornam-se mais dóceis ao cuidar de um animal (2), crianças tornam-se mais sociáveis e idosos encontram no amor ao bicho uma forma de viver com mais sorrisos nos lábios. Isto significa viver com pensamentos mais positivos.

 

Concluindo:

“Enquanto cada um cuida da própria vida, os animais permitem que cuidemos deles.

Nossa biologia é preparadíssima para sentir ENORME prazer em cuidar.

Servir ao próximo dá energia, alegria, dinamismo, força e sentido para a vida.

Os animais deixam que façamos por eles o que não conseguimos fazer por outros da espécie humana.” (3)

 

O ser humano nasceu com a necessidade de ter o que ou quem amar. Ele precisa do amor para ter dinamismo, motivação e bem estar. Isto exige interação, vínculo e interligação, o que somente é possível vivendo em grupos (mesmo que seja só uma pessoa e um cão).

 

É a capacidade de vivenciar o amor o grande responsável pelo aumento da expectativa de vida de quem tem um cachorro de estimação.

 

1 – Dog ownership linked to lower mortality

 

2 – Presos perigosos têm suas vidas transformadas por cães abandonados. Uma revolução de amor e responsabilidade. O que você pode aprender com esta lição?

 

3 – Os animais têm sentimentos e sabem escolher o que é realmente importante. Aprenda com eles e aumente sua felicidade.

 

Regis Mesquita é o autor do Blog Psicologia Racional e da coluna “Comportamento Humano” aqui no site Carta Campinas