O governo Jonas Donizette (PSB) abriu guerra contra os artistas e artesãos da Feira Hippie do Centro de Convivência Cultural, em Campinas. Além de inúmeras mudanças anunciadas pelo decreto 19.613, de 13 de setembro de 2017, que desagradaram os cerca de 300 expositores, foi criado também um imposto extra de cerca de R$ 1 mil de cada expositor, podendo o governo Jonas arrecadar R$ 300 mil anualmente. A Prefeitura está com dificuldade financeira, parcela salário do funcionalismo, mas mantém grande número de cargos comissionados.

Na última segunda-feira (13), um grupo de representantes da Feira Hippie de Campinas organizou um protesto e foi à Câmara de Campinas para pedir intermediação dos vereadores contra decreto editado pela prefeitura.

Segundo os manifestantes, o decreto abre a possibilidade de a feira, que está no Centro de Convivência há 45 anos, ser realizada em outro lugar, permite a participação de empresas, exige a identificação de artistas e institui taxas que variam de R$ 998,00 a R$ 1,2 mil.

Para a Asecco (Associação dos Expositores do Centro de Convivência), o decreto abre a possibilidade de simplesmente acabar com a feira, visto que prevê no artigo 4º a possibilidade de transferência do evento do Centro de Convivência, que fica no Cambuí, região Central.

Segundo os feirantes, a prefeitura deveria apoiar um evento turístico e não cobrar. O decreto está afinado com a reforma trabalhista do governo Temer/PSDB ao retirar direitos dos artesãos. Agora, os artistas são obrigados a usar crachá, diminuiu a possibilidade de faltas de 9 para 5, excluiu as férias de 30 dias, tornou impossível a criação de Comissão da Feira, além de não estabelecer o horário de início e término da feira, mas permite a punição se desrespeitar o horário, alegam os artesãos.

“Se a Prefeitura está falida, que eliminem as centenas de cargos comissionados (verdadeiros cabides de emprego), que diminuam seus gastos… pois não será do nosso dinheiro que a prefeitura usará para fechar suas contas!!! Não aceitaremos mais impostos!!”, anotaram os artesãos.

E mais: “A Secretaria de Cultura nunca direcionou 1 centavo para nossa feira. Um ótimo exemplo deste descaso é o banheiro público da Praça que a Asecco – Associação dos Expositores do Centro de Convivência Cultural de Campinas SP teve que adotar para que os mais de 300 expositores e nossos clientes tivessem um local digno para fazer suas necessidades fisiológicas. Nem de 1 banheiro a Prefeitura consegue cuidar”. A falta de banheiro público já causou humilhação para professora em bar ao lado do Centro de Convivência.

O presidente da Câmara, Rafa Zimbaldi (PP) determinou a criação de uma comissão para analisar o caso.