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Apenas 5 vereadores votam contra projeto inconstitucional que censura o professor

By Carta Campinas / in Economia e Política, Manchete / on segunda-feira, 04 set 2017 09:47 PM / 6 Comments

Apenas 5 vereadores de Campinas votaram contra a admissibilidade do projeto PLO 213/2017, do vereador Tenente Santini (PSD) na noite desta segunda-feira, 04, em sessão da Câmara de Campinas.

Os vereadores Gustavo Petta (PCdoB), Mariana Conti (PSOL), Pedro Tourinho (PT) e Carlão do PT tentaram mostrar aos outros vereadores a inconstitucionalidade do projeto, mas mesmo assim foi aprovado pela maioria. O vereador Luiz Carlos Rossini (PV) também votou contra. Na próxima segunda-feira, 11, haverá a segunda votação.

O projeto (PLO 213/2017 ) foi classificado como ‘deseducativo e autoritário em análise da Faculdade de Educação da Unicamp.

Apesar de se autodenominar ‘escola sem partido’, o projeto é defendido por partidos políticos conservadores e grupos autoritários.  O programa ‘escola sem partido’ surgiu no bojo dos grupos que apoiaram o golpe parlamentar de 2016.

Ideológico e autoritário como mostra pesquisador,  o projeto é contestado em várias frentes pelos setores jurídicos e democráticos da sociedade. Um estudo técnico da própria Coordenadoria de Apoio às Comissões da Câmara de Campinas afirma que o projeto é inconstitucional.

O fundador do movimento autoritário Escola “sem Partido”, o procurador de Justiça de São Paulo Miguel Nagib, é um dos criadores de modelos de notificações extrajudiciais disponibilizadas na internet para ameaçar professores e diretores de escolas.

6 thoughts on “Apenas 5 vereadores votam contra projeto inconstitucional que censura o professor”

  1. Quem conhece um pouco da história da luta das mulheres por igualdade – e até inícios do século XX, nem o voto era direito delas, diziam que isso destruiria as famílias – , só pode ficar chocado e indignado com o que ouviu na sessão da Câmara de Vereadores de Campinas, ontem, 04 de setembro de 2017!
    – Simone de Beauvoir era uma devassa.
    – Simone de Beauvoir era uma devassa.
    A afirmação foi repetida várias vezes e em vídeo da TV Câmara Campinas, no YouTube…
    A fala do vereador do DEM começa aproximadamente em 3:13:00…
    Oscar Wilde, Alan Turing, Oliver Sacks, Sally Ride, Elisabeth Bishop…
    A cidade que abriga a universidade considerada a melhor da América Latina tem a educação das novas gerações à mercê de alguém com esse horizonte intelectual…
    Que Campinas acorde a tempo!

    1. Desesperançoso, talvez instigante, talvez mortal, talvez um alerta para uma cidade moderna como Campinas.
      Creio que o povo reagirá a esse ataque conservador, estúpido e animalesco.
      O povo de Campinas, se avaliado pelos seus representantes atuais, estaria pobre, miserável, analfabetos e estúpidos!!

  2. – Simone de Beauvoir era uma devassa.
    A afirmação é cheia de sentidos…
    Não diz apenas da ética, de quem difama alguém que já não pode se defender…
    A afirmação contém séculos de história da opressão das mulheres…
    É a afirmação com a qual igrejas, católica e protestantes, levavam mulheres para fogueiras…
    Milhares e milhares foram queimadas, durante vários séculos…
    Da Inquisição às “bruxas de Salém” – nos EUA…
    Claro que, muitas vezes, a afirmação apenas encobria interesses bem materiais…
    O que o vereador repetiu é algo muito antigo…
    – O corpo, o comportamento e a sexualidade das mulheres está sob julgamento e controle dos homens.
    Assim como a Câmara de Vereadores de Campinas.
    A afirmação do vereador não foi apenas devassidão ética…
    Na sua ignorância, ele permitiu que outros tempos viessem nos assombrar…
    Estou chocado até agora com aquilo que ouvi e que não sofreu nenhum constrangimento…
    Simone de Beauvoir serviu como uma luva, porque é um símbolo…
    Ao difamá-la, difamam-se as lutas das mulheres por igualdade de direitos…
    Ao lançar vergonha sobre as mulheres, o vereador envergonha também muitos homens…

  3. Perdemos a substância mais importante do nosso país: o pré-sal. Agora, as demais coisas perderemos à galope. Precisamos reforçar óbvio: a solidariedade, o nacionalismo, o cuidado aos mais necessitados…que o povo tome as ruas, que os intelectuais deem a cara nas ruas, nas favelas. Nosso país está quase morto.

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