O programa Cisternas, iniciado em 2003 pelo governo do ex-presidente Lula (PT), ganhou o segundo lugar no Prêmio Internacional de Política para o Futuro (Future Policy Award, no original, em inglês), promovido pela organização sem fins lucrativos World Future Council. Os vencedores foram anunciados hoje (22). O objetivo do prêmio é destacar as melhores leis ou políticas em benefício das crianças

O projeto é executado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e tem o objetivo de promover o acesso à água para consumo humano e para a produção de alimentos pela agricultura familiar. Para isso, utiliza tecnologias de baixo custo e simples manuseio. São usadas principalmente as cisternas de placa, que armazenam a água para uso na época em que não chove na região do semiárido brasileiro. O público do programa são famílias rurais de baixa renda.

A meta era construir 1 milhão de cisternas, objetivo alcançado em 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT)

“Agora, muito menos pessoas deixam a região devido à seca e, apesar de, desde 2012, a região ter experimentado uma das piores secas já registradas, relatórios indicam que não há incidência dos piores efeitos da seca – mortalidade infantil, fome, migração em massa – que costumava ser generalizada no semiárido”, afirma a organização. A meta já foi ultrapassada em mais de 250 mil unidades desde então.

“A vitória do Brasil no Prêmio Prata de Política para o Futuro 2017 está enviando uma mensagem forte e empoderadora: eles mostram como um país vulnerável à desertificação e às mudanças climáticas pode encontrar uma maneira inteligente e altamente eficaz de enfrentar com sucesso um desafio global “, afirmou a diretora e vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, Alexandra Wandel, em material divulgado por sua assessoria de comunicação.

Em primeiro lugar ficou a Etiópia. Na região de Tigray, o país está restaurando a terra em uma “escala massiva” com a ajuda da juventude, segundo a World Future Council. Como resultado, conforme a organização alemã, a erosão diminuiu significativamente, os níveis dos lençóis de água foram reestabelecidos e a retomada da agricultura sustentável deu uma “contribuição significativa” para a suficiência alimentar e o crescimento econômico da área.

O Brasil dividiu o segundo lugar com a China, que fez uma lei para prevenir e controlar a desertificação e conseguiu reverter o problema ambiental nos últimos quinze anos. No terceiro lugar, os países premiados foram a Austrália, a Jordânia e o Níger.

O Prêmio Política para o Futuro homenageia políticas com um tema específico em cada edição. Este ano, em parceria com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas (UNCCD), foram avaliadas ações que contribuem para a “proteção da vida e dos meios de subsistência nas terras secas” e combatem a desertificação.

Foram destacadas 27 iniciativas de 18 países. Os vencedores serão premiados na 13ª Sessão da Conferência das Partes da UNCCD, que será realizada entre 6 e 16 de setembro, em Ordos, na China. (Agência Brasil; edição Carta Campinas)