Em texto do jornalista Pedro Alexandre Sanches sobre um tal festival CoMa, em Brasília, mostrou o quanto o Brasil está mal.

Veja a nova cultura e quem os golpistas financiam com recursos públicos. Os trechos do texto são primorosos e selecionados pelo DCM.

“Chamou-se Convenção de Música e Arte, sigla CoMa. Aconteceu em Brasília, Capital do Golpe, entre 5 e 7 de agosto de 2017. Pareceu propício o nome, pelo número assombroso de instituições que, no Brasil pós-golpe, se encontram em estado de coma. De torpor. De anestesia. De ataque epiléptico. De catatonia.

A propósito: são três os empreendedores que ergueram a CoMa. Tomás Bertoni (assim como seu irmão Gustavo Bertoni) é, além de integrante da roqueira Scalene, filho de Torquato Jardim (aquele jurista que em 31 de maio foi empossado ministro da Justiça do peemedebista Michel Temer, depois de ter chefiado, para o mesmo Temer, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle). Diego Marx é produtor da Scalene, integrante de outras bandas de rock e genro do senador também peemedebista Romero Jucá (aquele político que foi apanhado em grampo quando negociava, pré-golpe, “botar o Michel num grande acordo nacional” “com o Supremo, com tudo“).

Completando o trio, André Noblat, também roqueiro na banda Trampa, é filho do jornalista da Globo Ricardo Noblat (aquele cronista político que após uma entrevista observou que o presidente postiço é “um senhor elegante“, e “a senhora dele, também“). Apadrinhada por Paulo Ricardo (intérprete desde 2002 do tema-chave do Big Brother Brasil), a Scalene tirou segundo lugar no reality show musical global Superstar, em 2015., atrás da dupla baiana Lucas e Orelha.

Sobre a composição de custos da CoMa, os organizadores respondem à solicitação do repórter: “Captamos entre poder público e iniciativa privada R$ 1,34 milhão, e o evento custou R$ 1,8 milhão”. (Do Farofafa, via DCM)