Por Eduardo de Paula Barreto

Era dia de confissão
E os ladrões do erário
Na igreja da Conspiração
Entraram no confessionário
FHC contou ao Padre Moro:
‘Eu pequei com muito gosto
Quando fui Presidente
Assumo aqueles 100 milhões
E os roubos das privatizações’
Moro o perdoou imediatamente.
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Aécio abrindo logo o jogo
Assumiu a paternidade
Daquele famigerado aeroporto
Que deu ao tio por caridade
E confessou: ‘Desviei o que pude
Daquelas verbas da Saúde
E Furnas me manteve abastado
Com as mesadas cujo dinheiro
Eu misturava ao do mensalão Mineiro’
E Moro perdoou os seus pecados.
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Quando chegou a vez de Alckmin
Ele deixou o Padre Moro cansado
Por apresentar uma lista sem fim
Dos crimes que havia praticado
Confessou sobre o Trensalão
Gestão hídrica e a gratuita agressão
Aos alunos e professores
Admitiu que toda a sua legenda
Se beneficiava da Máfia da Merenda
E Moro o perdoou com louvores.
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Todos os pecadores de direita
Confessaram os atos de corrupção
E apesar das maracutaias feitas
Todos receberam o perdão
E saíram da igreja
Se sentindo a cereja
Do bolo da criminalidade
E reassumiram os seus postos
Para roubarem de novo
Certos da impunidade.
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Já era fim de tarde
Quando pessoas de bem
Se aproximando do Padre
Se confessaram também:
‘Nós éramos miseráveis
Como seres descartáveis
Numa sociedade cega
Mas hoje somos cidadãos
Graças à implantação
Dos ideais de esquerda’.
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Então o Padre perguntou:
‘Mas quem promoveu a cura
Da sociedade que os flagelou?’
E todos gritaram: ‘Lula’
Foi quando num salto súbito
O Padre subiu ao púlpito
E rasgando a Bíblia do Supremo
Anunciou a sentença vingativa:
‘Sr. Luiz Inácio Lula da Silva
Pelo bem que fez, eu o condeno.’