Em resposta ao atentado promovido por defensores do desmatamento contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que teve 8 veículos novos incendiados no Mato Grosso, a presidente do Instituto, Suely Araújo, determinou o bloqueio de todas as serrarias da região de Novo Progresso, polo da atividade madeireira na região. A Polícia Federal também foi acionada.

O Ibama, órgão de fiscalização do Ministério do Meio Ambiente, confirmou nesta sexta-feira, 7, que oito caminhonetes novas que seriam usadas em operações de combate ao desmatamento na região da BR-163, no Pará, foram incendiadas nesta madrugada próximo a Altamira, perto da divisa com Mato Grosso.

Os veículos estavam em uma carreta cegonha, que também ficou destruída. O prejuízo só não foi maior porque o motorista de uma outra cegonheira, que viajava em comboio, conseguiu escapar do ataque.

A Polícia Militar do Pará acredita que pode ter ocorrido uma retaliação pelas ações dos agentes do Ibama, que recentemente colocaram fogo em alguns maquinários aprendidos na extração ilegal de madeira.

Em nota divulgada nesta tarde, o Ibama afirmou que o bloqueio das serrarias no sistema do Documento de Origem Florestal (DOF) é para garantir a ordem e assegurar a atuação dos agentes de fiscalização ambiental na região. “O Ibama encaminhou à PF áudios e mensagens em que criminosos incitam a destruição de veículos e helicópteros do Instituto”, informou o órgão.

A tensão na região aumentou desde que o governo de Michel Temer vetou duas Medidas Provisórias que beneficiariam grileiros e ocupantes ilegais em áreas protegidas, sobretudo na Floresta Nacional de Jamanxim, no sudoeste do Pará.

Após o veto às medidas que reduziam 600 mil hectares de florestas protegidas no Pará, a região tem sido alvo de inúmeras manifestações, como bloqueios de rodovias e passeatas.

“A escolha por atos de violência acirra ainda mais o clima tenso na região. O Estado brasileiro tem de reagir para conter os ânimos e evitar que novos crimes ocorram”, disse Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil. (Carta Campinas com informações de divulgação)