Paisagem, Tarsila do Amaral (1948)

Setenta obras de 53 artistas de grande relevância no cenário artístico nacional, entre eles Alfredo Volpi, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, estão em exposição na Galeria de Artes do Instituto CPFL, em Campinas (SP) até o dia 02/07.

Com entrada gratuita, a mostra “Paisagem na coleção do MAM | Museu de Arte Moderna de São Paulo” vai apresentar ao público de Campinas e região a evolução da paisagem na arte brasileira desde os anos 1930 até os dias atuais. A seleção, que tem a curadoria de Felipe Chaimovich, é parte do acervo do MAM paulistano e abrange a diferença entre olhares objetivos e subjetivos, com a exploração de estados afetivos, dos lugares retratados – cenários que permanecem como um tema vivo e atual.

“Ao acompanhar os desdobramentos da paisagem na coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o visitante abre os horizontes para a experimentação artística que caracteriza o moderno, abrindo o caminho para o futuro”, afirma o curador.

Na seleção, a pintura mais antiga é Paisagem, de Quirino da Silva, de 1929. O quadro, segundo Chaimovich, testemunha a prática da pintura de paisagem ao ar livre, e o artista procura registrar as cores de uma determinada hora do dia incidindo num relevo irregular, no qual contrastam o vale em primeiro plano contra a montanha no plano de fundo.

As obras de datas imediatamente posteriores, feitas nas décadas de 1930 e 1940, mostram, de acordo com o curador, os contornos das figuras menos definidos e uma maior licença na invenção de formas; são os quadros dos artistas Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Clóvis Graciano, Emiliano Di Cavalcanti, Francisco Rebolo, Giuliana Giorgi, José Pancetti, Mário Zanini, Paulo Rossi Osir, Sérgio Milliet e Tarsila do Amaral.

“Nas décadas de 1960 e 1970, a pintura de paisagem ganha cada vez mais caráter expressivo, mas busca também manter sua identidade como imagem de um lugar”, diz Chaimovich. Armando Balloni, Carlos Bracher, Fulvio Pennacchi, Henrique Boese, Iracema Arditi e Ottone Zorlini testemunham uma tensão entre a liberdade inventiva, que as gerações anteriores haviam conquistado, e uma manutenção da ordem das figuras.

“A partir dos anos 1980, os artistas oscilam entre obras mais fiéis à realidade, como nos casos de Dudi Maia Rosa, Gilda Vogt Maia Rosa e Roberto Feitosa, e obras com cores saturadas e artificiais próximas das imagens publicitárias, como nos casos de Antonello L’Abbate, Cláudio Fonseca, José Leonilson e Leda Catunda”, explica.

Ainda segundo o curador, as paisagens foram se tornando cada vez mais experimentais nas últimas duas décadas. “Assim, vemos a sobrevivência de técnicas tradicionais como a gravura de Vânia Mignone e as pinturas de Rodrigo Andrade, Sandra Cinto e Valdirlei Dias Nunes, mas cada qual usando a paisagem como referência para os próprios interesses, já distantes da pintura ao ar livre. Essa transformação da paisagem leva também às obras que misturam diversas técnicas, utilizando a paisagem como referência distante, como nas obras de Camille Kachani, Daniel Escobar, Mabe Bethônico, Roberto Bethônico e Rodrigo Matheus.” (Carta Campinas com informações de divulgação)

Exposição “Paisagem na coleção do MAM Museu de Arte Moderna de São Paulo”
Onde: Galeria de Arte do Instituto CPFL, em Campinas
Quando: de 10/05 a 02/07
Horário: segunda e terça das 9h às 18h;
quarta a sexta das 9h às 19h;
sábados (dias 13/05, 27/05, 10/06, 24/06) das 14h às 20h.

Agendamento de visitas monitoradas
[email protected] – telefone: (19) 3258.5290