O vice-presidente Michel Temer teria “embolsado” R$ 1 milhão de uma doação de R$ 15 milhões feita pelo PT para ser usado pelo PMDB em campanhas eleitorais.

“Michel Temer fez uma coisa até muito deselegante. Nessa eleição, eu só vi dois caras roubar deles mesmos. Um foi o (Gilberto) Kassab, outro o Temer”, disse Roberto Saud, diretor da JBS,  a procuradores da Lava Jato no dia 5 passado.

De acordo com o delator, Temer pediu para pegar R$ 1 milhão dos R$ 15 milhões e levar para um endereço na Vila Madalena, onde funciona a empresa Argeplan, do coronel João Batista Lima e Filho, um amigo próximo de Temer.

“Isso me chamou muito a atenção na campanha toda porque eu já vi o cara pegar o dinheiro para gastar na campanha e gastar na campanha, né? Agora o cara ganhar um dinheiro do PT e colocar no bolso dele é muito difícil. Só ele e o Kassab fizeram isso. Só o Temer e o Kassab que guardaram o dinheiro para gastar de outra forma”, disse o delator, revelou reportagem do Buzzfeed.

Sabendo que Temer estava trapaceando, Saud contou que o PT tentou negociar direto com um conjunto de senadores do PMDB. Foram negociados R$ 35 milhões de uma conta de propina do PT para a JBS com um total de R$ 300 milhões.

Ao saber da negociação, Temer ficou muito bravo e chamou Saud para perguntar quanto seria dado a ele. Ficou mais bravo ainda quando o executivo disse que nada estava reservado ao vice-presidente. Saud levou a queixa ao PT, que decidiu entregar R$ 15 milhões a Temer. (Veja reportagem completa de Tatiana Farah)