Em mais uma atitude que parece bastante grave para a democracia, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) se reuniu ontem (19) com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e os comandantes das Forças Armadas para discutir “a conjuntura atual”.

Ou seja, um encontro sem sentido algum a não ser consultar os militares sobre a possibilidade de um novo golpe militar como em 1964.

Temer chegou ao poder por um golpe parlamentar (impeachment sem crime de responsabilidade) e agora diante das escutas telefônicas em que aparece em prováveis atos de consentimento com a corrupção, faz uma reunião de emergência com as Forças Armadas. Temer também aparece com receptor de dinheiro da corrupção da JBS.

Em uma democracia sólida, esse tipo de reunião deveria ocorrer quando há um problema externo, que implica na defesa do país, não para atuar em uma crise política interna em que o próprio presidente está envolvido e gravado em possíveis atos de corrupção.

E foi justamente isso que aconteceu, segundo se entende pelo relato da Agência Brasil. “Convocados pelo ministro da Defesa, os três comandantes de Força compareceram a uma audiência com o presidente da República, em que foi discutida a conjuntura atual (SIC). No encontro foi destacada a unidade de pensamento das Forças e a subordinação perene aos ditames constitucionais”, anotou a Agência.

Em nota divulgada pelo Centro de Comunicação Social do Exército, o general Villas Bôas, Comandante do Exército, disse que “a atuação da Força Terrestre tem por base os pilares da estabilidade, legalidade e legitimidade”.  A assessoria do presidente, no entanto, não divulgou informações sobre nenhuma das reuniões.