Chegamos em Sevilha às 9h50, bem cedo. O acesso fácil ao metrô de Madrid nos deu tranquilidade para embarcar às 7h30 e chegar ainda cedo em Sevilha. Sevilha é uma cidade muito antiga, mas pequena e sem metrô. Tem apenas um Tram (VLT) na regiões mais turísticas.

Ao sair da Estação Ferroviária Santa Justa, pedimos informações, mas erramos o ponto de ônibus urbano mais próximo. Continuamos andando e descobrimos que a Pension Perez Montilla estava muito perto. Então continuamos seguindo a pé até a hospedagem.

Parecia que não havia ninguém, batemos e esperamos. Logo apareceu o proprietário, um senhor com cara de poucos amigos e um ar de muito rigoroso. Ele disse que o horário do check-in era só às 13h. De pouca conversa, arriscamos falar do calor e ele nos contou que estava ‘fresquinho’. No verão faz 50 graus à sombra. “Isso é um deserto”, pensamos.

Sabíamos que o check-in era mais tarde e então deixamos as malas e pegamos as roupas sujas. Levamos em uma lavanderia bem próxima da pensão, indicada pelo proprietário. A atendente era bem mais mal encarada e de poucos amigos. Não tínhamos escolha. Deixamos as roupas sujas e saímos para andar pelo Centro de Sevilha. Se você leva pouca roupa em viagem longa, sempre precisa de uma lavanderia.

A pensão Perez Montilla fica bem próxima da região Antiga e é possível ir a pé por todos os pontos turísticos ali das proximidades. A cidade é muito antiga e algumas ruas do centro velho são absolutamente estreitas: não tem calcada para pedestre. Quando vem um carro, as pessoas sobem em um meio fio próximo às paredes das casas e ficam ali imóveis. Andar sem destino por essa região é como se sentir em um labirinto de vielas medievais.

Logo passamos por ruas com restaurantes e seguimos em direção ao Palácio Alcazar. Não entramos, acompanhamos apenas a arquitetura por fora. Depois, passamos pela Catedral Giralda, onde muitos charreteiros ficam à caça de turistas. Dali seguimos a pé até a Praça de Espanha. Magnífica, ficamos um bom tempo apreciando a beleza da arquitetura e os detalhes em azulejos decorados.

Voltamos à pensão Montilla para descansar e tomar um banho. O quarto que ficamos é no térreo, ao lado de uma viela com passagem de pedestres. Com isso foi possível perceber a quantidade de turistas do mundo todo que passam por lá. A cada hora passavam turistas falando línguas diferentes, inclusive o português do Brasil e de Portugal.

O quarto é confortável, tivemos um bom atendimento e um dos poucos lugares com bidê, raridade na Europa nos hotéis baratos que ficamos. Um único problema foi a moda do travesseiro único gigante na cama de casal, o que não tem a menor graça e conforto na hora de dormir. Às vezes você quer dar aquela dobrada no travesseiro e encaixar a cabeça e não pode porque atrapalha a pessoa que está dormindo na mesma cama. Esteticamente tenho minhas dúvidas e no quesito conforto, é totalmente desagradável. O valor da diária foi de 41 Euros por pessoa.

Um dos passeios mais gostosos que fizemos pelo clima de final de tarde foi no Metropol, uma construção moderna, com vista para a cidade. Pagamos 3 Euros para entrar e ganhamos uma bebida. Claro que tomamos um Chopp. O clima estava gostoso, várias pessoas tomando chopp e apreciando a vista e o pôr-do-sol. Ao mesmo tempo que a temperatura ficava mais amena.

Caminhando por Sevilha, passamos pela Universidade de Sevilha e bem em frente encontramos uma loja do 100 Montaditos. E aí aproveitamos o menu: sempre um combo de cinco montaditos, uma salada e um chopp ou refrigerante. Normalmente 7 Euros por pessoa. De quarta-feira ainda tem promoção e sai mais barato. Outro lugar que achamos barato foi o Mercado de Triana, que fica próximo à ponte de Isabel II. Lá conseguimos uma paeja fast-food e mais uma comida em um pote por 5 Euros. Nada mal. Sentamos por ali e não bebemos nada porque o bar do mercado só vendia cerveja. E não queríamos ficar mole com a cerveja e andar pela cidade.

O mercado, que fica próximo à Ponte de Isabel II,  sobre o Rio Guadalquivir, é bem tradicional. E o passeio pela ponte também vale à pena. É inacreditável, mas dá para ver peixes no rio em pleno Centro da cidade. Aí você pensa no Tietê e nos tucanos que estão no poder há mais de 20 anos e gastaram 8,1 bilhões para despoluir o rio que continua um grande esgoto.

Algo bem legal que aconteceu foi encontrarmos a estátua da “sevilhana” que fica em frente ao mercado. A estátua representa a deusa Astarte, o flamenco, por meio do violão, entre outros elementos que fazem parte da cultura de Triana, como é chamado o bairro típico de Sevilha localizado junto ao rio Guadalquivir. Havíamos tirado uma foto da foto dessa estátua que estava na parede da loja do 100 Montaditos de Madrid. Andando pela cidade, encontramos a estátua.

Um dos atrativos de Sevilha são os shows de dança flamenca. Há várias casas de shows que cobram a partir de 15 Euros. Mas não é difícil assistir a um show pelas ruas de Sevilha. Lá chegamos a filmar um trechinho. Veja vídeo abaixo. De Sevilha seguimos de ônibus para Faro, em Portugal, mas esta história fica para o próximo texto. (Tião Braskaville)

Próximo destino: Faro

Para ver o início dessa viagem e todas as cidades, vá a Um roteiro de 40 dias viajando bem barato pela Europa
Viajou? Cadastre-se no Carta Campinas e publique aqui um texto com as dicas da sua viagem.

Veja vídeo e mais fotos: