O juiz de primeira instância de Curitiba, Sérgio Moro, tentou uma espécie de ‘pedalada’ judicial para apressar o processo contra o ex-presidente Lula.

O caso foi tão inusitado que até o Ministério Público Federal (MPF), que faz as acusações contra Lula, protestou.

Moro tentou dar um “control C/control V” no depoimento de pessoas arroladas como testemunhas contra o ex-presidente Lula. Ou seja, como são as mesmas pessoas, Moro queria copiar o depoimento do processo do triplex e colar no processo do terreno do Instituto Lula.

De acordo com a defesa do presidente Lula, “com muita pressa de emitir a sentença e aparente pouco interesse em ouvir testemunhas, [Moro] também tentou eliminar do processo 12 testemunhas da acusação, indicadas pelo Ministério Público Federal. Como essas testemunhas já tinham feito depoimentos em outro processo que Moro conduz contra Lula, que trata de contratos da OAS e de um apartamento no Guarujá, processo onde as mais de 70 pessoas ouvidas não apresentaram nenhuma prova ou crime de Lula, ele determinou que os depoimentos de um processo fossem simplesmente transferidos para o outro, para que as testemunhas não fossem ouvidas de novo”, anotou o site do ex-presidente.

Segundo a defesa do ex-presidente, tal medida ignora o fato óbvio de que há diferenças entre o que se busca apurar em um processo e no outro. “Reduzir a participação de uma testemunha a um depoimento já prévio e concedido em outro contexto prejudica o fazer processual.  Não importa quais das partes tenham elencado o depoente”.

O Ministério Público Federal e também protestou contra a decisão de Moro e recorreram no processo. Moro, então, resolveu ceder  e aceitou ouvir as testemunhas da acusação, e disse que decidiria depois se Lula teria que comparecer as audiências das testemunhas de defesa.