Por Eduardo de Paula Barreto
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Morrer de trabalhar
Ou trabalhar até morrer
Sem poder aproveitar
O crepúsculo do viver
Vivendo em prantos
Para garantir aos bancos
Recursos bilionários
Através de depósitos
Feitos até o óbito
Dos beneficiários.
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Sofrer até chorar
Ou chorar de tanto sofrer
Vendo o suor evaporar
Sem regras para estabelecer
A justiça nas relações laborais
Através de normas legais
Que garantam ao cidadão
Ter na diária labuta
A dignidade de quem luta
E não açoites da escravidão.
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Ao trabalhar sem normas
E envelhecer sem amparo
O indivíduo se transforma
Num mero vassalo
Que trabalha para realizar
Os sonhos de quem está
Impondo-lhe pesadelos
Mas o trabalhador que se ama
Diz ao levantar-se da cama:
Os meus sonhos primeiro.
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03/04/2017