Muitas pessoas estranharam a tática dos advogado do ex-presidente Lula quando foram para o enfrentamento com o juiz de primeira instância e da Lava Jato, Sérgio Moro.

Mas agora, com o processo do triplex do Guarujá chegando ao fim, é possível entender qual foi a estratégia dos advogados de Lula.

Cientes de que a acusação do Ministério Público Federal (MPF) não conseguiria provar as acusações contra Lula e certos de sua inocência, os advogados do ex-presidente tentaram evidenciar ainda mais o partidarismo do juiz Sérgio Moro, expondo de maneira clara o seu tom acusatório e o cerceamento de defesa, durante os embates nas audiências.

Essa era a peça que faltava.

A acusação do  MPF no caso triplex era totalmente fantasiosa, uma acusação tomada a partir de concepções de adversários políticos e não do devido processo legal, com provas substanciais. Obviamente, o processo do triplex do Guarujá está terminado com 73 testemunhas inocentando Lula. Além disso, não trouxe qualquer indício, quiçá provas, de que o ex-presidente é proprietário do apartamento.

Seria uma vergonha jurídica se não fosse lawfare. É possível que os advogados de Lula tenham percebido isso durante a tramitação.

Ou seja, o caso do Triplex do Guarujá vai se encerrando, salvo se surgir algo inesperado, como um processo que se transforma em uma documentação legal de lawfare (perseguição ao ex-presidente Lula) por parte do MPF.

Faltaria uma peça importante: a atuação do próprio juiz.

Durante todo o processo, os advogados de Lula interpelaram e registraram as ações consideradas abusivas de Sérgio Moro. Esse processo foi todo documentado inclusive com vídeos.

A evidência da partidarização de Sérgio Moro, conseguida durante as audiências, e o comportamento do magistrado em relação a adversários políticos de Lula, compõem o quadro que faltava para os advogados conseguirem toda a documentação. Ou seja, está tudo chancelado pela Poder Judiciário brasileiro.

O Caso Triplex pode se transformar em uma literatura internacional sobre lawfare. (Glauco Cortez)