O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu doar o prédio do Museu da Cidade (Muci) para Campinas em 10 de julho de 2016, mas até o momento a promessa não foi cumprida.

A Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, em resposta a um requerimento de informação elaborado pela Rede Minha Cidade, confirmou que o Estado ainda não transferiu o prédio para Campinas. Alckmin afirmou na época que o processo de doação se iniciaria após as eleições, mas nada foi feito até o momento.

A prefeitura pretende vender o ‘potencial construtivo’ do prédio onde se localiza o Museu da Cidade para que possa investir na preservação do espaço. A venda do potencial construtivo é um instrumento urbanístico para preservação de bens tombados, com relevância histórica, arquitetônica, paisagística ou para áreas de proteção ambiental.  Isso significa que o espaço excedente do imóvel pode ser vendido como forma de arrecadar recursos para a viabilizar a sua preservação.

Mas a Prefeitura só fazer qualquer intervenção após a concretização da doação do prédio (hoje pertencente a uma empresa mista do Estado de São Paulo).  A organização Minha Campinas fez o requerimento para a Prefeitura de Campinas, através da Lei de Acesso à Informação, com a intenção de entender os planos para o Museu que abriga a história da cidade.

“A Secretaria de Cultura parece já ter uma ideia para a preservação do Museu com a venda do potencial construtivo. Então o governador Alckmin precisa cumprir sua promessa e a Prefeitura precisa trabalhar para que ocorra a doação do prédio, que já é parte essencial da história da nossa cidade”, disse Marcelo Nisida, da equipe Minha Campinas

Agora a Rede Minha Cidade está pressionando o governador a cumprir sua promessa e buscar a doação do prédio ao município de Campinas. A campanha de pressão pela internet está no site da campanha: www.omuseuenosso.minhacampinas.org.br

O prédio, que fica na Av. Andrade Neves, 01, é a antiga fábrica Lidgerwood que teve uma enorme importância industrial para a cidade no século XVIII. A construção já é tombada pelo CONDEPACC e CONDEPHAAT, órgãos de preservação histórica no âmbito municipal e estadual, respectivamente.

Hoje ele abriga o Museu da Cidade, mas sem qualquer estrutura. O acervo com a história da cidade foi retirado em 2016 por problemas elétricos, goteiras, portas e paredes defeituosas que precisam ser resolvidos. (Carta Campinas com informações de divulgação)