caism faceProfessores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp divulgaram carta aberta contra a homenagem do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Unicamp), ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSC), conhecido por pegar carona da fama misógina do pai, Jair Bolsonaro (PSC).  O PSC, partido de cunho religioso, é um dos partidos que mais atuam contra direitos das mulheres no Congresso. Veja mais: Hospital da Mulher da Unicamp, emenda parlamentar e o inferno das boas intenções.

O Caism publicou foto do superintendente do hospital, Luís Otávio Sarian ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro, com texto de agradecimento ao deputado por emenda parlamentar destinada ao hospital. Totalmente integrada ao sistema de clientelismo político brasileiro, a direção do Caism também costuma fazer publicidade no Facebook  de deputados clientelista que assinam ou apoiam projetos ligados ao hospital. Veja imagens acima.

gustavo tc 4A carta dos professores ressalta que, além do clientelismo político, as emendas parlamentares são formas bastante limitadas de financiamento da saúde pública. ‘O dinheiro das emendas não é do deputado, é do povo brasileiro e os hospitais precisam de investimento porque têm responsabilidade sobre a população adscrita. Apenas por isso, a fotografia e a homenagem já seriam questionáveis’ , anotam.

Para os professores, o Caism é um centro que reconhece na relação saúde-doença da mulher os determinantes sociais e a necessidade da luta das mulheres contra a violência, por igualdade e direitos. Direitos, segundo a carta, que a família Bolsonaro não defendeu nas oportunidades que teve no Congresso e que o deputado homenageado sempre trata as mulheres com desrespeito.

Os professores lembram que o homenageado apoiou, por exemplo, o ataque de seu pai, Jair Bolsonaro, quando este fez apologia ao estupro ao dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário por ela “não merecer”. O homenageado do Caism também se manifestou a favor de um torturador de mulheres da Ditadura de 64, conhecido com Brilhante Ustra, sempre pegando carona no marketing fascista do pai. “Não é aceitável que um hospital como o Caism se veja lançado na lama da misoginia, homofobia e do fascismo, no qual a família Bolsonaro se nutre e amplifica’, anotam. Veja carta abaixo:

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