Por Luís Fernando Praga

Não vou fingir que nada aconteceu, não serei um passivo escravizado, Temer não manda em mim mais do que eu, não temerei a este governo errado! Eu vou pra rua, leve, com os meus, minha vida é a nave que piloto, não prego ódio em nome de Deus, não obedeço a um estado sem voto! Eu quero, em vez dos santos salvadores, que ninguém se escravize a nenhum ópio, que os preconceitos cedam aos amores, cada qual como líder de si próprio. Eu quero mais gente que leia a História e faça unir um povo dividido, superando, no amor e na memória, a vexatória escola sem partido.

Eu quero ver mais gente que ame o povo, menos poder e mais flor que se cheire, quero quem queira aprender de novo, eu quero Henfil, eu quero Paulo Freire. Quero gente que entenda, lute e tente o que Lula intentou pelo País, quero quem veja gente como gente, quero mais Eduardos Suplicis. Eu quero que o medo vá embora, e que a fé sobreviva sem dinheiro, eu quero ver a laicidade agora, quero o Brasil que viu Darci Ribeiro. Quero ver gente vislumbrando a paz, quero quem diga que as vidas são ricas, quero menos polícia e capataz, quero mais Galeanos e Mujicas. Eu quero mais cultura, quero arte, mais natureza, céu, lazer e parque, quero gente feliz por toda parte, quero a poesia de Chico Buarque! Eu quero é que as mulheres possam mais, pra sermos todos mais em nossas vidas, eu quero é festa onde a esperança jaz, eu quero mais Clarices e mais Fridas!

Quero lutar em paz, por mais ciência, eu quero mais ideia e menos lutos, quero a justiça como consciência; e não, nas mãos de juízes fajutos. Não quero mais lobo comendo lobo, sedento pela posse das ovelhas, eu quero o fim do orgulho de ser bobo e o florescer do que nos assemelha. Quero gritar, enfim, que eu quero o bem, quero o fim da miséria em nossa voz, quero a empatia à dor de um outro alguém e um amanhã melhor a todos nós! Eu quero a evolução a cada dia e que a esta mudança ninguém tema: se golpearam a democracia, o amor dará um golpe no sistema!