Campignólia_Divulgação_Crédito_Paula Poltronix (9) (640x427)Na próxima quarta-feira, 22, às 20h, a comédia fantasmagórica “Campignólia” retorna a Campinas para uma apresentação única no Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo.

A cena será composta pelos artistas de diversas trupes circenses: Família Burg (Guga Burg Cacilhas, Ivens Burg Cacilhas e Joana Piza), Dupla Companhia (Aline Olmos e Fernanda Jannuzzelli) e Circo de Teatro Tubinho (Lucélia Reis), além do músico Lucas Uriarte. Quem está à frente da direção é o Palhaço Tubinho, descendente de família tradicional de circo-teatro e referência no Brasil em tal estética teatral. Por sinal, o multiartista circense também assina a dramaturgia inédita de Campignólia.

Apesar de ter escrito as peripécias do Barão Despenteado bastante influenciado por visitas ao Palácio dos Azulejos, em Campinas, bem como por uma pesquisa desenvolvida pelos atores a partir de figuras históricas e lendas campineiras, Tubinho soltou as rédeas da imaginação para recriar personagens e situações. Cômicas, na maioria das vezes. “Trata-se de um espetáculo que tem cenas de suspense, de terror e de drama, mas que estão exclusivamente a favor da graça, da comédia. Da mesma forma, há uma inspiração histórica da cidade, mas bem livre e com certa licença poética, até porque não procuramos contar as origens de Campinas ou ser didáticos”, descreve Pereira França Neto, o Palhaço Tubinho.

Na peça, o público perseguirá os passos do ainda Comendador Despenteado, que traz no peito um sonho reprimido: receber o título de Barão. Para aumentar a perturbação, figuras ambiciosas e desajeitadas cruzarão o caminho deste fanfarrão, entre as quais os criados Bento e Benta, Bina, a filha aflita por conta de um casamento arranjado pelos pais; e Magnólia, a esposa controladora e megera. “Vem daí o Campignólia, um louco desejo do Despenteado em mudar o nome de Campinas para agradar e homenagear a mulher”, completa Tubinho.

Contudo, como pontua o ator Ivens Burg Cacilhas, o intérprete de Despenteado, o figurão necessita cumprir alguns requisitos para receber o título de barão das mãos de Dom Pedro. Para tanto, promove de forma interesseira a benemerência, tanto por meio do Copo de Água quanto pela construção de escolas, e ainda busca casar a filha com um bom partido.

Apesar de não ser uma comédia da tradição do picadeiro ou escrita para o circo, Campignólia carrega alguns traços da vivência do Palhaço Tubinho sob a lona circense. Para começar, a plateia identificará com facilidade alguns tipos clássicos do circo-teatro, como a megera, a ingênua e, claro, o cômico. “Não existe a figura do palhaço de cara pintada, mas a graça está toda voltada ao Despenteado”, explica Tubinho. Da mesma forma, tal qual o que encontrou no berço artístico, a comédia escrita pelo circense também está baseada em quiproquós, desajustes familiares e até mesmo em algumas gags clássicas da palhaçaria de picadeiro.

O tom sobrenatural de Campignólia também está intimamente ligado à herança do circo-teatro. Não por acaso, várias comédias de lona retratam mistérios ocultos, fantasmas e seres fantásticos. Tubinho cita algumas: Tubinho e As Almas do Outro Mundo, Tubinho Contra o Lobisomem, Tubinho e a Noiva do Defunto, e Ghost ou Não Goste: Tubinho do Outro Lado da Vida. “O sobrenatural funciona bastante, a plateia se identifica. O palhaço já é desajeitado e atrapalhado por natureza, imagine só quando ele se depara e enfrenta esses seres, a graça e as trapalhadas tendem ainda a ser maiores e mais espontâneas”, avalia Tubinho.

A entrada é gratuita. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Campignólia
Quarta-feira (22/6), às 20h
Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Terras do Barão, em Barão Geraldo).
Entrada gratuita
Classificação indicativa: 12 anos