alessandro prada ilustraitvaProfessores, funcionários e alunos da Unicamp realizam, nesta quarta-feira, 22, um ato unificado em defesa da universidade pública.

O ato será representado por uma Via Crucis, com 14 paradas, que percorrerá o campus da universidade com intervenções, discursos e apresentações musicais. O protesto, que simboliza a representação bíblica da crucificação de Jesus, começa às 9 horas.

Integrantes do Instituto de Artes, que também estão organizando esse ato, irão utilizar linguagens artísticas realizadas coletivamente por artistas e não artistas para sensibilizar toda a comunidade universitária sobre o iminente risco de privatização do ensino público. “Especialmente perante o risco que nos apresenta o projeto de governo que prevê congelamentos de gastos do governo com a educação por vinte anos!”, anotam.  Veja programação abaixo.

De acordo com os organizadores, a Via Crucis percorrerá, como num cortejo fúnebre, o trajeto com paradas nas quais serão realizadas manifestações sobre as reivindicações de todas as categorias participantes e também das reivindicações mais específicas de cada categoria.

“O clima geral deverá ser solene: o silêncio, as falas pontuais, alguns cânticos e músicas, a gestualidade e a vestimenta dos participantes irão evocar a gravidade da situação de forma simbólica, com o objetivo de sensibilizar a comunidade acadêmica à reflexão. A Via Crucis foi escolhida como metáfora de sacrifício, daquilo que para nós é um bem precioso do qual não devemos abrir mão. Ao mesmo tempo, recupera, de certa forma, a mística como estratégia de luta, resgatando um imaginário comum, moldado por uma intensão política explícita e pela força expressiva da elaboração inventiva, de alunos, funcionários e docentes, das ciências e das artes”, apontam os organizadores.

A Via Crucis é o primeiro grande ato unificado ‘SOS Universidade Pública’ de professores, estudantes e funcionários da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O objetivo do ato unificado, segundo os organizadores, é chamar a atenção da comunidade universitária para a urgência da luta em “defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada para todos”, frase que é o slogan do movimento SOS Universidade Pública.

O SOS Universidade Pública foi criado em 1988, já teve várias edições em momentos de crise das universidades públicas brasileiras e foi relançado no dia 8 de junho, no auditório da ADunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp).

O PROGRAMA
A VIA CRUCIS

“A concentração será às 9 horas, em frente da entrada, no balão da Avenida UM. O trajeto proposto será:

Estação 1: (Jesus é condenado à morte) – A Universidade Pública está sendo Condenada. Concentração em frente da entrada, no balão da Avenida Um. Será coberta com pano preto a grande placa da Unicamp.

Estação 2 (Jesus carrega a cruz às costas) – Quem carrega a Universidade nas costas? Quem está carregando essa crise? Parada na FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) e evocação/reivindicação dos funcionários.

Estação 3: (Jesus cai pela primeira vez) – Os cortes atingem diretamente a qualidade do ensino. Parada no Instituto de Química e reivindicação no.1 dos professores.

Estação 4: (Jesus encontra a sua Mãe) – Por uma universidade inclusiva. Parada nas faculdades de Engenharia e evocação/reivindicação dos alunos.

Estação 5: (Simão Cirineu ajuda a Jesus) – A necessidade de todos que se importam com a Universidade Pública de unir-se ao movimento. Parada nas faculdades de Engenharia e nova evocação/reivindicação dos funcionários.

Estação 6: (Verônica limpa a face de Jesus) – A verdadeira face: A universidade somos nós. Parada nas engenharias e nova evocação/reivindicação dos alunos.

Estação 7: (Jesus cai pela segunda vez) – Outros cortes na Educação. Parada nas engenharias e evocação/reivindicação dos professores.

Estação 8: (Jesus encontra as mulheres de Jerusalém)- A Universidade é composta de diferenças: de gênero, de raça, de credos, de classes. O conhecimento nasce das diferenças. Parada na BIOLOGIA e evocação/reivindicação dos alunos.

Estação 9: (Jesus cai pela terceira vez) – Cortes, perda salarial, degradação das condições de trabalho. Parada no Instituto de Física e evocação/reivindicação dos funcionários.

Estação 10: (Jesus é despojado de suas vestes) – Alunos sem moradia e sem possibilidade de permanência. Parada no CB (ex-TABA) e evocação/reivindicação dos alunos.

Estação 11: (Jesus é pregado na cruz) – Parada no PB e evocação/reivindicação dos funcionários.

Estação 12: (Jesus morre na cruz) – Parada na Biblioteca Central e evocação/reivindicação dos professores.

Estação 13: (Jesus é descido da cruz). O risco de morte da Universidade Pública é o risco de morte de um conhecimento plural, solidário e humano. Parada ainda indefinida. Evocação/reivindicação dos professores.

Estação 14: (Jesus é Sepultado) Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp). Adornar o local com coroas de flores. Discursos de 10 minutos de cada uma das três categorias e finalização. (Após o Ato, um grupo deverá retornar a placa de entrada e tirar o “luto”, a lona preta que a cobriu no início do ato).”