13119003_10205628965153763_2912781954926390060_nNo próximo sábado, 7 de maio, o Atelier Vivaz, localizado no Cambuí, em Campinas, recebe a exposição “Noivas de 68”, com curadoria de Maria Inês Saba.

O tema proposto pelo Atelier Vivaz aos artistas nos remete a quase cinquenta anos atrás, nos levando a um retrospecto não só de nossa História, mas do Mundo.

Noivas brasileiras, em 1968, tinham como parâmetro a Europa. Buscavam na Moda seus modelos de vestidos e lingerie, maquiagem, perfumaria e acessórios. A elegância, a majestade e a sobriedade ditavam aos noivos sua vestimenta. O design francês e inglês dominava nas louças e tecidos para as moradias. Era de praxe as Noivas francesas e brasileiras casarem em maio. E a tradição, depois de 68, resultou enfraquecida.

Maio de 68 foi um ano político. No Brasil, estudantes lutavam contra o regime militar e por melhor educação. Na França, a revolta de maio opôs estudantes e polícia em batalhas violentas. Nos Estados Unidos, a revolta contra uma guerra inglória no Vietnã e o racismo. Em todos, o desejo da luta por varias formas de liberdade que se espalhou: Praga, Berlim, Checoslováquia e Frankfurt.

É incontestável que a Arte se modificou a partir maio de 1968, impondo o relativismo moral e intelectual a todos nós. O Cinema, a partir de 1968, toma caráter político em função das manifestações por parte dos movimentos sociais franceses. É a vez do cinema militante.

É a década dos happenings, surgidos com a Pop Arte, uma espécie de Teatro instantâneo, uma mistura de Artes Visuais, Música e Dança, que convida o espectador a participar da obra ou da ação, uma forma de tirá-lo da passividade fazendo-o reagir à provocação do artista e do cotidiano político social.

É na Música, no movimento Tropicália, marcado pela crítica ao conservadorismo e a situações impostas, que temos o slogan que foi eternizado: “É proibido proibir”. Nas Artes Visuais, as propostas artísticas da vanguarda brasileira que se desenvolveram entre 1964 e 68 estavam comprometidas em dar respostas ao golpe militar. A nova linguagem figurativa dialogava de forma mais direta com a realidade político social. Dentre as manifestações artísticas como Minimalismo, Pop Arte, Arte Cinética, Novo Realismo e Tropicália, a Pop Arte surgida na Inglaterra, mas apropriada e difundida pelos norte americanos, foi a vanguarda mais decisiva da década.

Na Arte de rua, o Grafitte com frases que ficaram famosas por expressar, muitas vezes de maneira bem humorada e irônica, o desejo de transformação da sociedade por parte dos estudantes na época. E os mais criativos e eficazes cartazes de rua de toda a história foram criados em assembleias gerais, produzidos artesanalmente, discutidos abertamente nas semanas do Maio francês de 1968. Foram criações coletivas que envolveram mais de 300 artistas. E começa a surgir o New Design que passou a ser mais orgânico, colorido, emotivo, irracional e feminino.

Nas Artes Plásticas, é o momento da transição da vanguarda para a contemporaneidade. Abriu-se a liberdade da utilização de multi suportes em substituição aos tradicionais, como elemento essencial da obra de arte. É o momento da arte conceitual. Uma arte mais objetiva, intelectual, voltada para questionar a própria Arte.

Divagando pelo Maio das Noivas de 1968… (texto da curadora Maria Inês Saba)

Artistas que participam da exposição:

Alexandre G Vilas Boas – Guarulhos / SP
Alexandre Zaghetto – Brasilia / DF
Alvaro Azzan – Campinas /SP
Andrea Mendes – Campinas /SP
Claus Steger – Campinas /SP
Cristina Brahemcha – Jundiaí / SP
Davi Faustino – Goio-Erê / PR
Erika Pedraza – Campo Grande / MS
Gejo Thedamn – São Paulo / SP
Giuseppe Ranzini – São Paulo / SP
Leo Brizola – Belo Horizonte / MG
Lícia Simoneti – Limeira / SP
Márcia Vinhas Fernandes – São Paulo /SP
Oscar Rodriguez Ortas – Málaga / Espanha
Patricia Amato – São Paulo / SP
Paulo Ely – Campinas /SP
Renato de Sousa – Louveira / SP
Rosy Jesus Vaz – Santa Bárbara d’Oeste / SP
Sergio Augusto Oliveira – Guarulhos / SP

Exposição “NOIVAS DE 68”
Local: Atelier Vivaz
Endereço: R. Dr Sampaio Ferraz nº 541 CambuÍ – Campinas /SP
Abertura: Dia 7 de maio de 2016
Horário: Das 10h30 às 17h
Visitação agendar de terça a sexta das 10h às 16h
De 7 de maio a 3 de junho