gustavo lima ag camaraO deputado Sílvio Costa (PT do B- PE) foi o parlamentar que mais ocupou a tribuna em nome do partido. Ele fez críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e ao vice-presidente da República, Michel Temer. O partido foi 22º a discursar nesta tarde. Sívio Costa disse que Cunha era “cachorro morto” e que tinha “parado de bater no deputado”, mas, agora voltaria a fazê-lo.

“Depois que descobriram as contas dele [Eduardo Cunha] na Suíça, eu parei de bater no deputado Eduardo Cunha. Parei porque ninguém chuta cachorro morto, mas hoje vou ter que bater porque o cachorro continua latindo”, disse.

Segundo o deputado, o intuito dos parlamentares da oposição ao quererem tirar a presidente Dilma Rousseff é transformar Eduardo Cunha em vice-presidente. Para mostrar resistência, Costa citou frei Caneca, um religioso que apoiou a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador, em 1824, movimentos pela independência do Brasil.  Segundo o deputado, os presos se negaram a cumprir a ordem de enforcar o frei o que levou as forças policiais a fuzilarem o religioso.

Sivio Costa criticou ainda as sessões  deste fim de semana na Câmara dos Deputados  para discutir o processo de impeachment. “Não é justo o que querem fazer com a presidente Dilma”, disse.  Ele foi enfático ao dizer que os professores de história terão dificuldade, no futuro, para explicar se o processo de impeachment for aceito.

“Fico pensando como um professor de história explicará como um homem que já deveria estar preso está presidindo uma sessão para cassar o mandado de uma mulher eleita com o voto de 54 milhões de brasileiros e não cometeu crime algum.”

Segundo o parlamentar, o pedido que está sendo discutido não tem consistência jurídica. “Esse é um julgamento político e fruto do ódio.”

Por fim, criticou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que analisa as denúncias contra Eduardo Cunha por falta de decoro parlamentar. Para Costa, Eduardo Cunha faz manobras para permanecer no poder e em 2018 ser reeleito e escapar de ser julgado pelos crimes investigados pela operação Lava Jato, como o recebimento de propina em contratos da Petrobras.  “Querem livrar Eduardo Cunha da cadeia. Muitos estão preocupados com a maior delação premiada do mundo que vai ser a de Eduardo Cunha. Por isso, não querem que ele vá para a cadeia”, disse.

O primeiro parlamentar a discursar pelo partido foi Cabo Daciolo (RJ). Ele chamou a atenção para as consequências de um processo de impeachment.

Ele rezou o Pai Nosso e disse que acredita em um “Deus das causas impossíveis”. Ele criticou a bancada evangélica que, em sua maioria, está em favor do impeachment. “A maior decepção que tive no Congresso Nacional foi da bancada evangélica. Que venha o Reino de Deus”, disse. (Agência Brasil)