.Por Thais Dibbern.

non-violence-1160132_640Divergências políticas não devem ser pretextos para términos de amizade. Entretanto, a falta de caráter não é política, o que torna inadmissível que alguém que compartilha homofobia, machismo, intolerâncias, que apoiam Bolsonaro, que confundem liberdade expressão com liberdade de opressão, que desrespeitam os direitos humanos, que são omissos a violações ou compartilham de ideias que pregam a tortura, faça parte do nosso círculo de amizades.

Os discursos que vimos durante a votação do dia 17 é um retrato daquilo que desejamos exemplificar. Quase nenhum deputado manifestou seu voto argumentando que houve um crime de responsabilidade, a maioria, por sua vez, os dedicou à família, à Deus, à cidade, aos votos que recebeu e, também, teve aqueles que utilizaram do espaço para proferir ideias absurdamente violadoras de direitos humanos (fomos apresentados a um circo). Homenagear um torturador é altamente estarrecedor, abominável, lamentável e desprezível. Quando tais ideias são aclamadas pela população, vejo que há um problema psicopático e de falta de caráter em reconhecer que relativizar a liberdade de expressão, incita à violência.

Vivemos em um período onde uma cuspida em um deputado federal ganha maiores proporções do que um discurso que prega a violência e o desrespeito aos direitos humanos. É inadmissível que sejamos omissos à essas opiniões, uma vez que sendo omissos, também nos tornamos violadores.

É importante lembrar que vivemos em uma democracia, a qual é pautada pelo respeito aos direitos humanos. Os direitos humanos devem ser vistos como um conjunto de direitos que são essenciais à vida. Portanto, devemos reconhecer que todos somos sujeitos de direitos, sem distinção de classe, raça ou qualquer tipo de preconceito. É importante lembrar que sem a democracia, não há direitos humanos e sem direitos humanos, não há democracia.

Thais Dibbern é graduanda em Gestão de Políticas Públicas pela Unicamp