Lockheed_Martin_Longbow_HellfireAlguns países, como os EUA e potências da Europa, exportam armas e bombas para o mundo todo. Já a ilha de Fidel Castro exporta médicos. E, se uma bomba dos EUA chega à ilha não para explodi-la, mas por engano, Cuba devolve o equipamento bélico aos Estados Unidos.

Foi isso o que aconteceu ontem(13) quando Cuba devolveu aos Estados Unidos um míssil norte-americano que foi recebido “por engano” na ilha, em 2014.

Segundo afirmou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano, o míssil norte-americano tipo AGM 114 Hellfire chegou à ilha em junho de 2014, proveniente de Paris, “por engano ou manipulação incorreta do país de procedência”.

Segundo o texto oficial, “Cuba atuou com seriedade e transparência, e cooperou para encontrar uma solução satisfatória neste caso.” As autoridades cubanas informam ainda que o governo dos Estados Unidos comunicou oficialmente a Havana o interesse em recuperar o míssil.

Depois do assentimento do governo cubano, foram iniciados os procedimentos da devolução, tendo o míssil regressado hoje aos Estados Unidos.

Intrigante história de pacificação e humanidade (no melhor sentido) pode ser visto com o Produto Interno de Cuba. O país tem a maior relação de médicos por habitantes no mundo e exporta serviços de saúde. Segundo reportagem da Superinteressante, dos mais de 85 mil médicos cubanos, 15 mil estão em missões espalhados por 60 países. “Lá, geralmente fazem o trabalho em áreas onde médicos locais não vão. Em retorno, trazem para Cuba um valor estimado em US$ 5 bilhões por ano. É muito: dá duas vezes o que Cuba ganha com exportações. E representa 7% do PIB da ilha – de US$ 70 bilhões. Para comparar: o Brasil exportou US$ 243 bilhões em 2012. Dá 11% do nosso PIB. Ou seja: proporcionalmente ao PIB, Cuba fatura quase tanto com seus médicos quanto o Brasil levanta exportando petróleo, soja, minério de ferro, carros e aviões”, anotou a reportagem.

O texto também relata que a medicina cubana impulsiona a diplomacia da ilha de Fidel Castro. “Fidel ofereceu sistematicamente serviços médicos a países que sofressem desastres naturais, mesmo que seus governos fossem anticomunistas. Foi o que aconteceu nos terremotos do Chile em 1960, da Nicarágua em 1972 e do Irã em 1990. Em 1998, o furacão Mitch matou 11 mil pessoas na América Central e no Caribe. Foi o mais mortal desde 1780. Como de costume, Fidel enviou médicos cubanos a países atingidos. E fez mais. Expandiu seu programa de missões médicas e criou uma escola para formar doutores exclusivamente entre jovens carentes de países estrangeiros – a Escola Latino-Americana de Medicina”. É por essas e outras que Cuba é um mau exemplo. (Carta Campinas com informações da Agência Brasil e da Superinteressante)