Por Flávio Luiz Sartori

luiz granzotto pmc divulgaHá pouco mais de um mês conversei com um representante de um partido político que me relatou que seu partido tinha realizado uma pesquisa de opinião para testar o potencial dos principais candidatos a prefeito de Campinas para a eleição de 2016; ele me disse, obviamente que escondendo o jogo da verdade dos números, que o prefeito Jonas Donizette (PSB) e que e o possível pré candidato do PT, Márcio Pochmann, estavam no páreo na sondagem estimulada e aí eu perguntei sobre o Dr. Hélio.  Para minha surpresa, ele respondeu que o Dr. Hélio não tinha sido colocado nas fichas de estímulo para as entrevistas e aí eu questionei sobre quem teria feito a pesquisa e como na atual realidade de Campinas uma empresa de pesquisa poderia fazer uma sondagem de candidatos a prefeito sem colocar o nome do Dr. Hélio.

O fato é que tanto os partidos quanto os estrategistas da política em Campinas se acomodam com a mesmice reproduzida nos “correios populares, metros e eptvs” a tal ponto que a leitura da conjuntura política fica tão pobre que chega irritar porque todos nós sabemos que a coligação, composta principalmente pelo PSB e o PSDB, que elegeu Jonas em 2012, conta com o apoio explícito da EPTV (Globo), Correio Popular e o Jornal Metro. Isso significa que articular estratégias tendo como base notícias e análises conjunturais destes meios de comunicação não leva a lugar nenhum, aliás, com todo respeito pelos jornalistas que trabalham nestas empresas. Para comprovar isto, basta uma análise simples do fato de que até agora e, praticamente dez meses da eleição, não apareceu nenhuma pesquisa divulgada publicamente com a avaliação do mandato do prefeito Jonas e muito menos como ele estaria na disputa de sua reeleição.

O que se ouve são conversas e “ti ti tis” de que o prefeito teria mostrado uma pesquisa a seus secretários onde ele estaria “muito bem”, que o PT teria uma pesquisa com Márcio Pochmann competitivo e até mesmo o próprio Dr. Hélio também teria pesquisas onde ele estaria na liderança e que em todas estas pesquisas os candidatos oponentes dos que realizaram as pesquisas sempre estariam com a rejeição acima dos 40%.

Tudo isso pode parecer muito bom para os candidatos, mas na realidade não se traduz em verdade, são boatos e estórias, por isso mesmo vamos a análise do que existe de fato concreto.

O prefeito Jonas, nesta altura do campeonato, se estivesse bem avaliado nas pesquisas, mesmo que ótimo e bom fosse um pouco abaixo do regular, obviamente que já teria divulgado estas pesquisas, até mesmo para consolidar as forças políticas que estão com ele, principalmente na Câmara Municipal. Se não tem nada a mostrar é que o que tem nas mãos não deve ser bom.

O PT está na defensiva diante a impopularidade do Governo Dilma e mesmo que as pesquisas de IBOPE e Datafolha sejam notadamente pró PSDB, os baixos números de aprovação da presidenta diante da crise econômica e política mantém o partido em posição de cautela porque a situação do PT certamente esta refletindo em uma rejeição acima do normal para seus candidatos a prefeitos e Campinas não foge a regra. O PT só poderá tentar reverter este quadro na prática se a situação do Governo melhorar e durante a campanha eleitoral na televisão contando com a força de sua militância.

Por outro lado, temos a possibilidade de uma candidatura do Dr. Hélio, que apesar de ser aparentemente ignorada pelas principais empresas de comunicação de Campinas e também por parte dos concorrentes, principalmente o prefeito Jonas, sofre seguidos ataques praticamente diários  da mídia aliada do PSDB e nesse caso não é necessário entender muito de política para deduzir que o Dr. Hélio é sim um candidato que deve estar aglutinando o apoio de significativa parte dos eleitores de Campinas.

Outros dois possíveis candidatos que poderiam surpreender seriam Arthur Orsi e o ex Prefeito Pedro Serafim, mas a possibilidade deles é muito remota. Orsi porque disputaria um eleitorado da Campinas tradicional com epicentro no Centro e bairros adjacentes enquanto provavelmente teria dificuldades de penetrar nas periferias. Pedro Serafim hoje não tem mais a máquina da Prefeitura de Campinas como tinha em 2012, por isso mesmo não conseguiria articular as mesmas mesmas forças políticas pelo simples fato de que elas já foram cooptadas por Jonas. O PSOL e o PSTU juntamente com outros sonhadores serão coadjuvantes.

Campinas teria hoje basicamente três nomes fortes concorrendo ao cargo de prefeito, Jonas, Márcio Pochmann e Dr Hélio.

Para Jonas ser reeleito, seu mandato teria que ter sido ótimo e bom em um grau de competência que permitisse a uma significativa parte dos campineiros se esquecerem do governo Hélio porque foi uma parcela dos eleitores que votaram duas vezes seguidas no ex-prefeito, em 2004 e 2008, que migrou para Jonas em 2012 levando ele a ser eleito. Se estes eleitores estiverem decepcionados com o governo Jonas em 2016, a tendência será de que eles retornem para o Dr. Hélio ou até mesmo votem em um candidato apoiado por ele.

Diante do quadro colocado, se Jonas for para a disputa com baixa aprovação de seu governo, só restará a ele torcer para que o governo Dilma continue em baixa junto com o PT, o que tornaria o discurso anti-petista do ódio, no feitio de Carlos Sampaio, sua única tabua de salvação, isso se o Dr. Hélio não conseguir ser candidato.

Se o Dr. Hélio for candidato, pode vencer inclusive no primeiro turno, se o anti-petismo estiver forte.

Também podemos ter um segundo turno entre Dr. Hélio e Jonas com os votos do PT certamente indo para o Dr. Hélio, ou entre Jonas e Márcio Poichmann, com provavelmente a maioria dos votos do Dr. Hélio indo para o PT, mas não na mesmo intensidade dos votos petistas que iriam para o Dr. Hélio, caso ele disputasse um segundo turno com Jonas. Lembrando que existe também a possibilidade de um segundo turno entre Dr. Hélio e Márcio Pochmann e nesse caso os votos do Jonas certamente iriam na sua imensa maioria para Dr. Hélio, mas isto significaria que o Dr. Hélio, se eleito prefeito, voltaria a ficar refém das mesmas forças que patrocinaram politicamente sua cassação em 2011.

Conclusão, como vocês podem perceber, ao que tudo indica, mesmo que isso não seja admitido pela maioria da mídia pró-tucana e pelas forças políticas de Campinas, a possível presença do Dr. Hélio no processo eleitoral em Campinas tende a ser o fator decisivo na  eleição do ano que vem, tanto no caso do Dr. Hélio disputar como também se não disputar a eleição, porque se ele tem apoio de significativa parte da opinião pública dos eleitores, no caso de não poder ser candidato, a articulação política que se coligar com o PDT estará fortalecida na disputa desde que tenha um nome de peso como candidato a prefeito.

Lembrando que as acusações de corrupção tão presentes no debate politico atualmente estão cada vez mais generalizadas na classe política, atingindo praticamente todos partidos. Isso certamente terá um peso na escolha do eleitor, mas no caso de uma eleição municipal, o principal fator que deverá ser levado em conta será a capacidade dos candidatos de resolverem os problemas dos eleitores no dia a dia, em uma realidade onde a atuação governamental nos planos federal, estadual e municipal certamente se confundirá.

Estes são fatos concretos desprovidos de paixões, aliás, como deve ser porque este humilde escrevinhador não tem procuração para defender nenhuma candidatura, sendo apenas um observador neste momento. ganhar dinheiro em casa

Flávio Luiz Sartori mantém o blog Essência Além da Aparência