Por Luís Fernando Praga

Erik
É negra uma fração de todos nós,
Nosso sangue é sagrado e é só um,
Grita, em negrito, um grito em nossa voz
O bem do negro é nosso bem comum!

Se a história é o passado em que se pisa,
A escravidão é uma ferida aberta,
Que um dia a liberdade cicatriza
E só o amor humano é quem liberta.

Nenhum racismo ofuscará os brilhos,
Ou a dignidade desses bravos
E os homens sãos ensinarão aos filhos
Que é doentio querer ter escravos.

Não há milagres pra sanar as dores
E lei alguma poderá criar
Um mundo de irmãos e não senhores
Mas cabe a cada um se reparar.

Vale mais que um decreto a poesia,
E pouco importa a cor da mão que escreve,
Palavras pra se celebrar, um dia,
A graça de uma consciência leve.