agencia_brasil valter_campanato_leitosUma pesquisa do geógrafo Luis Henrique Leandro Ribeiro, realizada no Instituto de Geociências (IG) da Unicamp mostrou que o brasileiro ou qualquer estrangeiro que vive no país, de qualquer classe social, é dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Muitas vezes se pensa no SUS apenas na consulta médica cotidiana, mas ele é muito maior e beneficia todos os brasileiros. É um grande sistema que praticamente 100% dos brasileiros já usaram, usam ou vão usar um dia.

“A assistência médico-hospitalar é apenas um dos componentes deste macrossistema, mas o mais lembrado quando nos referimos a ele, o que leva à equação simplista de que 75% dos brasileiros são ‘SUS dependentes’ e 25% podem pagar planos de saúde; que o SUS é para pobres”, disse Luis Ribeiro ao jornal da Unicamp.

Um retrato sobre importância de um sistema como o SUS foi feito pelo cineasta norte-americano Michael Moore, em Sicko.

Para ele, isso é equivocado. “Os procedimentos de alta complexidade, em sua maioria (quase 100% dos transplantes, por exemplo), são realizados pelo SUS; mais da metade dos médicos trabalha no sistema; os maiores especialistas têm sua formação com recursos públicos; os melhores centros de pesquisa em saúde ainda são públicos; e nas campanhas de imunização e na urgência e emergência o SUS atua hegemonicamente, assim como nas ações de prevenção e atenção primária”, explica.
Além disso, há o Samu, telefone 192, que é um sistema de transporte e atendimento aos acidentados e atende a todos, seja pobre ou rico, brasileiro ou estrangeiro, com plano ou sem plano particular.

A pesquisa, segundo o pesquisador, buscou como proposta compreender como o SUS integra à medicina tradicional diversas práticas de medicina complementar e alternativa – e como o território condiciona e é condicionado pela existência de programas de fitoterapia no sistema.

Durante a pesquisa, o autor identificou dois campos de invisibilidades do SUS, o que faz com que muita gente pense que não precisa ou não o utiliza. “Um dos campos é a produção deliberada de um SUS que ‘não se vê’, principalmente pelas grandes empresas de comunicação (impressa e televisiva), um certo ‘silenciamento’ da presença do SUS. Outro campo de invisibilidades reside na relativa incapacidade ou limitação do SUS em ler, registrar e incorporar práticas e saberes locais, silenciando sobre essas heranças culturais e institucionais.” (Carta Campinas com informações de divulgação/JU)