11350918_1006079356121487_2486381543430958785_nNo próximo dia 19 de Setembro, sábado, às 19h30, será exibido no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, o filme “Onde os fracos não tem vez”, de Joel e Ethan Coen, como parte da programação do ciclo Aula de Cinema, que tem curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira e de Gustavo Sousa.

A ação se passa nos anos 80, momento em que o caladão Llewelyn (Josh Brolin), ao caçar veados em pleno deserto, se depara inadvertidamente com um cenário de guerra: cinco camionetes abandonadas, dispostas quase em círculo, praticamente a mesma formação que as antigas carroças que os pioneiros usavam para se defender dos ataques indígenas. Dentro delas, cadáveres ensanguentados, incontáveis buracos de bala e um carregamento de drogas. Há apenas um sobrevivente, agonizante. Astuto, Llewelyn liga os pontos e logo chega ao fator decisivo que desencadeou todo aquele massacre: uma mala entupida de dólares. Achado não é roubado. Porém, o pacato cidadão tem sérios problemas para manter o dinheiro em seu poder, já que a mala também está sendo procurada por Chiguhr (Javier Bardem), um psicopata completamente enlouquecido que mata suas vítimas com uma potente arma de ar comprimido. No meio deste jogo mortal de gato e rato está a figura enigmática do xerife Bell (Tommy Lee Jones), um homem calejado que parece já ter visto de tudo na vida. Vencedor de 4 Oscars (Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Ator Coadjuvante para Javier Bardem). EUA, 2007. Colorido, 122 min.

Poucos diretores possuem uma reputação tão bem estabelecida no cinema atual quanto os irmãos Joel e Ethan Coen. Eles, que começaram a fazer filmes ainda na metade dos anos 80, acabaram se tornando, junto com Tarantino, David Fincher e alguns poucos, parte do cânone cinematográfico da década de 90. Foi inclusive nesse estreito espaço de dez anos que separava o século XX do novo milênio que os dois irmãos de descendência judaica, nascidos no estado do Minnesota, fizeram três de seus mais importantes filmes: “Barton Fink – Delírios de Hollywood”, “O Grande Lebowski” e, é claro, “Fargo”. Quando pensamos nos Coen, é difícil nos referirmos a eles de maneira individual. Cinematograficamente falando, um não existe sem o outro. Embora haja uma vaga divisão entre seus talentos e campos de atuação (Joel é graduado em cinema e acabou levando o irmão, que tinha pretensões literárias e se formou em filosofia, a participar de seus filmes) e Joel tenha recebido os créditos de direção por mais da metade das produções da dupla, o que hoje se sabe é que ambos participam em conjunto de todas as etapas de realização. Por seus filmes, é possível perceber que a dupla teve uma enorme gama de influências. A maior parte delas de um passado distante. Frank Capra, François Truffaut, Franz Kafka e, talvez a maior de todas, o diretor de comédias dos anos 40 Preston Sturges. Tudo se mescla em um caldeirão que acaba resultando em misturas bizarras, mas estranhamente intrigantes.

A exibição é gratuita, aberta ao público em geral e seguida de debate. Mais informações no SITE do MIS. (Carta Campinas com informações de divulgação)