Por Allan Lucena

rebeldeStorytelling é a arte de contar histórias. As melhores histórias e do melhor jeito possível para que as pessoas se identifiquem, comovam-se e convertam aquela história em alguma coisa em suas vidas.

Marketing é a arte de tornar um produto, marca, história, etc, atraente para o público alvo. Utilizando de técnicas diversas, até mesmo ao falar diretamente com o inconsciente das pessoas, para atingir seus objetivos.

Não é nada novo. E é bonito! Principalmente porque funciona, e isso é fantástico. Mas com o passar do tempo e com os exemplos que a humanidade tem nos dado da sua capacidade de usar habilidades, materiais e técnicas para o bem e para o mal, tem me deixado realmente preocupado.

Hoje assisti 2 vídeos interessantes e que mostram duas abordagens diferentes sobre o storytelling, enquanto também falam sobre marketing, valor agregado, estratégias e tantas outras ferramentas que estão à disposição de todos, facilmente encontradas e exploradas na Internet.

O exemplo para o storytelling que eu considero negativo, mesmo que na melhor das intenções, vem do profissional Leandro Waldvogel, que trabalhou na Walt Disney como “Guest Experience Designer” ou, o responsável pela experiência dos visitantes do parque. Não é ruim, ele é profissional, entende do seu trabalho e ministra palestras sobre o assunto, mas pode ser mal interpretado. Na descrição do vídeo, ele cita uma frase que me preocupa de Jonah Sachs em seu livro ‘Story Wars’: “em um ambiente cada vez mais competitivo, aqueles que contarem as melhores histórias dominarão o futuro e o mercado”. Essa frase é um recorte, e pode ser mal interpretada, afinal a história tem que ser baseada em fatos reais.

No vídeo, que é uma propaganda das palestras do Leandro, eu consigo identificar alguns erros de respiração ao falar que levam a atenção do espectador para outro lugar e incomoda, além de uma história real que não agrega valor e que não atrai. Uma história mal contada, tanto na forma como na apresentação.
Estou pensando pragmaticamente quando digo que o Storytelling pode ser perigoso. Pode ser usado para mascarar um produto ruim com uma história realmente muito boa, mas fictícia, ou ser um tiro no pé, contando uma história ruim sobre um produto bom. Sabemos que com a alta demanda do mercado, a qualidade dos produtos caiu muito hoje em dia. E a baixa qualidade dos “on demand” se justifica em um storytelling bem feito e marketing atraente. Aceitamos isso, porque são realmente muito bem feitos.

Por outro lado, existem empresas e seres humanos que se destacam nesses casos, não pelo seu storytelling, mas porque sua história é real, não depende do marketing ou da criação de uma história para te convencer que o produto é bom. Ela te faz ficar boquiaberto com a história e engajado pela sua trajetória. Foi o que aconteceu comigo ao assistir a palestra de e.commerce do CEO da Reserva, Rony Meisler.

Parabenizo os profissionais da Reserva, um excelente trabalho desde o começo. Despretensioso e verdadeiro. Utilizando um produto comum, roupas e acessórios, que conquistaram sucesso com ideias inovadoras, de levar ao público frases e destaques do cotidiano. É o mesmo marketing, mas que não se aproveita de um produto ruim e cria uma história bonita em cima dele. No caso da Reserva, de ajudar pessoas a conquistarem seus sonhos, além de um trabalho fantástico de auxilio ao Afro Reggae. Conheça mais aqui.

Óbvio que este é um exemplo de 1 em 1 milhão, mas mostra o excepcional e a qualidade que queremos ver em todos os lugares. Por isso esse é o exemplo que deve te inspirar, esse é o storytelling e o marketing que movem as pessoas, e isso cativa! Cria laços, refaz esperanças.

Confesso que estava pronto para escrever um texto ruim sobre Storytelling, e assistir o vídeo da Reserva me salvou. Os dois vídeos falam sobre sonhos, afinal de contas, sonhar é o primeiro passo para a sua realização e criam a identificação com outras pessoas para o sucesso de todos. Espero que estes exemplos possam inspirar, ajudar e motivar mais pessoas, para que as histórias sejam cada vez mais verdadeiras e excepcionais, fazendo muitos sonhos tornarem-se realidade.

Allan Lucena é autor do blog Umikizu