PMDB Nacional
Eduardo Cunha –

Antes tarde do que nunca. Folha de S.Paulo abriu o olho para as ações nefastas e anticivilizatórias do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao publicar editorial neste domingo, 14, condenando as ações do deputado.

Diz o editorial que “num futuro não muito distante, a aliança entre grupos políticos moderados [leia-se PSDB]  e fundamentalistas religiosos [leia-se PSC, parte do PMDB, PR etc] obtém expressiva vitória eleitoral. Logo se estabelece, num país de tradições laicas e liberais, o predomínio da repressão, do obscurantismo e do preconceito”.

“Um espírito crescente de fundamentalismo se manifesta, contudo, em setores da sociedade brasileira – e, como nunca, o Congresso Nacional parece empenhado em refleti-lo, intensificá-lo e instrumentalizá-lo com fins demagógicos e de promoção pessoal”, afirma o Jornal.

E mais: “No meio dessa febre decisória, há espaço para que o Legislativo comece a transformar-se numa espécie de picadeiro pseudorreligioso, onde se encenam orações e onde se reprime, com gás pimenta, quem protesta contra leis penais duras e sabidamente ineficazes”, acrescentou o jornal.

Folha de S.Paulo parece ter percebido o abismo em que se meteu ao pautar uma política editorial acrítica com relação a Eduardo Cunha. Assim como o PSDB, que permitiu sua ascensão, como se isso pudesse trazer grande prejuízo ao PT (Partido dos Trabalhadores). E de certa forma deu certo. Eduardo Cunha é a oposição ao PT dentro do governo do PT. Eduardo Cunha anulou o PT na Câmara.

Parecia ser algo genial, mas sempre há um efeito colateral. Eduardo Cunha, com seu discurso de eficiência e pauta radical antiPT,  anticivilização e antirrazão está ganhando espaço e tomando o lugar do PSDB no espectro ideológico conservador. Esse movimento anula o PSDB. Daí a recente crise interna dos tucanos diante da falta de um projeto político.

A Folha S. Paulo parece antever o fim da polarização PT X PSDB e a ascensão de uma polarização PT X PMDB (evangélicos e conservadores). Ou seja, o PSDB corre o risco de ser esquecido em um novo embate polarizado. Na realidade, isso já está acontecendo.