imagem: 247Você já reparou que não aparece um grande movimento por uma reforma política, contra a ‘corrupção legalizada’ pelo financiamento eleitoral de empresas, contra os aditivos em contratos de obras públicas. Claro que não. Muitos não querem o combate a corrupção, mas sim ter sua boquinha na corrupção.

São os indignados com a corrupção dos outros, mas não com a própria corrupção. Assim, a oposição ao atual governo marcou uma manifestação contra a corrupção do PT. Sim, contra a corrupção do PT. Só do PT.

O ódio ao PT faz parte da estratégia ideológica de se manter a corrupção, ou melhor, de se apropriar da corrupção. O ódio ao PT é a arma para lhe roubar a corrupção.

A oposição ao PT sempre afirmou que o PT era o partido da boquinha, porque tirou os apadrinhados da oposição nos principais cargos e colocou os comissionados do próprio partido. Isso faz parte da democracia, mesmo porque não dá para governar com o adversário. Mas agora o PT e seu aliado em primeiro grau, PMDB, não são partidos da boquinha, mas sim parte do esquema de se fazer política que o PT herdou do PSDB/DEM/PMDB, ou seja, a base do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

Enquanto isso, o esquema de se fazer política com a ‘corrupção legalizada’, que está debaixo da mesa do ministro Gilmar Mendes, do STF, vai continuar porque o importante é a corrupção dos outros. Você tem dúvida?

Veja o caso do senador tucano, Sérgio Guerra, que negociou R$ 10 milhões para por fim a CPI da Petrobras, segundo as delações da Lava Jato.

Agora, veja o caso da agitadora tucana para os protetos de domingo, 15 . Ela seria uma das beneficiárias de contas na suíça, como relata Fernando Rodrigues (do Uol, veja quadro) e o 247:

“Filha de um ex-diretor do Metrô na gestão de José Serra, que mantinha conta no HSBC, Fernanda Mano de Almeida (ela também correntista na Suíça) espalha mensagens como ‘eu tenho vergonha dos políticos brasileiros’ nas redes sociais; seu pai, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado por suspeita de corrupção com a Alstom; na época da assinatura de um polêmico contrato com a multinacional francesa, ele virou correntista do banco suíço e chegou a ter saldo de US$ 3,032 milhões; Fernanda é uma das beneficiárias da conta”. (Veja texto)