PMV divulga - produção de animação
Alunos durante oficina de animação

Valinhos fará homenagem ao cineasta Maurice Capovila, na quinta-feira, 13, e realizará o 1º Festival de Cinema de Animação Estudantil do município na próxima sexta-feira, 14. No festival, serão exibidos 13 desenhos animados produzidos por alunos da rede municipal de ensino, a partir das 18h30, no auditório da Câmara Municipal. A entrada é franca.

Os filmes foram produzidos em Oficinas de Cinema de Animação realizadas no período de agosto a outubro em 13 escolas municipais com a participação de 200 alunos do 7º ao 9º ano. Cada Oficina, com uma média de 15 alunos participantes, teve duração de três dias e um total de nove horas.

Segundo o secretário da Educação, Danilo Sorroce, a realização do projeto faz parte da proposta de enriquecimento do currículo escolar. “O objetivo é estimular habilidades e despertar vocações”, disse, acrescentando que a animação visual oficina cin04tem um mercado de trabalho amplo no Brasil.

Os filmes produzidos pelos alunos durantes as Oficinas de Cinema de Animação têm como tema central ‘Brasil e Portugal’ e duração de um a dois minutos. Durante o Festival será apresentado um making of das oficinas nas escolas.

“Os desenhos trazem abordagens diversas sobre a temática ‘Brasil e Portugal’, desde música, língua, literatura”, contou o diretor do Núcleo de Cinema e Animação de Campinas, Maurício Squarizi.

Os 13 filmes serão avaliadas por uma banca de jurados renomados, composta pelos cineastas Maurice Capovilla e Marília Alvin, o artista plástico Noboru e o diretor da Secretaria da Educação do município, Juraci Caetano.

Técnicas diferentes – Parte das escolas usaram na produção dos filmes a técnica sombra chinesa e em outra parte a de desenho animado durante as Oficinas de Cinema de Animação.

Maurice Capovilla

Na véspera do 1º Festival de Cinema de Animação Estudantil, o cineasta valinhense, Maurice Capovilla, que participará da banca julgadora do festival, será homenageado pelo município. A homenagem será na próxima quinta-feira (13), às 17 horas, na sala Ivan Fleury Meirelles, no Paço Municipal. O evento será aberto ao público.

Na oportunidade, haverá o lançamento do longa metragem ‘Capô em Três Atos’ produzido durante visita de Maurice Capovilla a Valinhos em 2011. Com 75 minutos de duração, Capô conta um pouco sobre sua careira como diretor, cineasta, produtor de vários filmes e documentários, bem como sua atuação como professor e criador de escolas de cinema em várias partes do país e fora dele.

“É uma radiografia da obra de Capô e uma aula de cinema”, destacou Maurício Squarizi, que assina o roteiro e direção do filme. Segundo Squarizi, foram produzidas inicialmente 100 cópias do filme em DVD que serão distribuídas para Museus de Imagem e Som, bibliotecas, cinematecas. “Vamos também enviar o filme para festivais e mostras de cinema”, contou Squarizi.

Nascido em 1936, Maurice Capovilla era estudante de filosofia quando começou a frequentar, no fim dos anos 1950, a filmoteca do Museu de Arte Moderna, um dos primeiros cineclubes de São Paulo, ao lado de Jean-Claude Bernardet e Gustavo Dahl. Antes de voltar-se para a direção, trabalhou na Cinemateca Brasileira, participando da organização de festivais de cinema francês, italiano, russo, soviético e polonês.

Representante da linha mais engajada do Cinema Novo, dirigiu seu primeiro curta em 1962, União, filmado em 16 mm, e em 1963 fez Meninos do Tietê. Neste mesmo ano fez um estágio no Instituto de Cinematografia da Universidade do Litoral, em Santa Fé, na Argentina, com o documentarista argentino Fernando Birri.

Com produção de Thomas Farkas, dirigiu, em 1964, o documentário Subterrâneos do futebol. Intercalando o cinema com o jornalismo e o magistério, foi crítico de cinema, professor da ECA-USP e organizador do departamento de cinema do Instituto Central de Artes da UNB.

Dirigiu em 1967 seu primeiro longa-metragem, Bebel, garota propaganda, inspirado em Ignácio de Loyola Brandão. Segue-se O profeta da fome (1969), roteirizado em parceria com Fernando Peixoto, com José Mojica Marins no papel-título. Em seguida filmou mais dois longas, As noites de Iemanjá (1971) e O jogo da vida (1976).

Na televisão, dirigiu documentários para a TV Globo – como Do grande sertão ao beco da Lapa, sobre Manuel Bandeira, Guimarães Rosa e Oswald de Andrade – para a TV Bandeirantes e trabalhou também na Rede Manchete, onde criou o Núcleo de Especiais e dirigiu séries.

Em 2003, realizou o longa-metragem Harmada, inspirado em João Gilberto Noll, distribuído pela Riofilme em 2005. Em 2010 começou as filmagens de Nervos de aço, longa-metragem baseado nas canções de Lupicínio Rodrigues.